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Ele afirmou que não existe estudos que apontam risco de contágio na prática de atividade esportiva
Atualizada às 11h18 - A Comissão Parlamentar de Inquérito no Senado (CPI da Covid) ouve novamente o ministro da Saúde, Marcelo Queiroga.
Os senadores devem questioná-lo sobre as condições sanitárias para o Brasil sediar a Copa América e sobre a interferência do suposto “gabinete paralelo” nas decisões do Governo sobre a pandemia.
Queiroga prestou um primeiro depoimento à Comissão em 6 de maio, porém, os senadores consideraram as declarações do ministro contraditório e evasivo solicitando assim um novo depoimento.
O ministro afirmou que trabalha para conseguir antecipar o recebimento de 40 milhões de doses da vacina contra Covid, assim como autorizou a veiculação de propagandas de medidas não farmacológicas, como distanciamento social e uso de máscara; e que uma testagem em massa vem sendo preparado pelo Governo Federal neste segundo semestre.
Ele disse que vem ocorrendo uma desaceleração no número de casos e óbitos nas últimas semanas e que o Ministério está “vigilante” sobre o avanço das novas variantes em todo país que pode resultar em nova onda da doença.
O gestor anunciou que um “grupo técnico” está trabalhando para elaborar protocolo médico visando atendimento dos pacientes contaminados com Covid-19, como também garantiu que conversou com o presidente da República, Jair Bolsonaro (sem partido) para que ele utilize máscaras e cumpra o distanciamento social em eventos e atos políticos.
Sobre a Copa América, o ministro da Saúde declarou que a prática de futebol é liberada no país e que inclusive já foram realizadas mais de 100 partidas do Campeonato Brasileiro, assim como jogos da Copa Libertadores, Copa do Brasil, e que não existe qualquer estudo que apontem que a “prática esportiva aumenta o risco de contágio pelo coronavírus”.
“Nós avaliamos os protocolos de segurança para a realização do evento. Os jogos serão sem públicos. Isso reduz os riscos de contágio. O vírus está aí e a pessoa pode ser contaminado em qualquer lugar. Os jogadores ficaram em bolha. Saí do campo dos jogos da Copa América e vão para os hotéis”, disse o ministro.
Ele afirmou que a Copa América é um “evento pequeno” comparando com os Jogos Olímpicos, e que em nenhum campeonato é exigido a vacinação de todos os jogadores para sua realização. “Todos os protocolos de segurança serão seguidos”.
Queiroga relatou que conversou com Bolsonaro sobre a Ação Direta de Inconstitucionalidade (ADI) sobre o toque de recolher. Segundo ele, Advocacia-Geral da União (AGU) questiona que esse tipo medida deve ser regulamentado por lei e não por decreto por parte de prefeitos e governadores.
“Não fui consultado sobre ADI no Supremo. Mas, entendo que é preciso regulamentar essa medida. Existe Estados querendo uma medida rigorosa e os municípios mais flexível. Queremos trabalhar para tentar solucionar isso sem ferir o direito de ir e vir do cidadão”, contou o gestor.
O ministro afirmou que não existe comprovação científica sobre eficácia da cloroquina, ivermectina e da hidroxicloroquina, mas que a Comissão Nacional de Incorporação de Tecnologias (Conitec) no SUS está elaborando um protocolo sobre os medicamentos.
Queiroga disse desconhecer o suposto “gabinete paralelo” que articula adoção de medidas e decisões em relação a pandemia, assim como alguns nomes que supostamente integram o “grupo”; Arthur Weintraub, ex-assessor especial da Presidência; e o médico Luciano Dias Azevedo. Mas, disse que teve contatos eventuais com o vereador pelo Rio de Janeiro Carlos Bolsonaro (Republicanos RJ), filho do presidente; Carlos Wizard, empresário; deputado Osmar Terra (MDB-RS); e a médica Nise Yamaguchi, porém, negou que eles tenham recomendado ou participado em decisões sobre pandemia durante sua gestão no Ministério da Saúde.
Ele elogiou a vacina “Butanvac”, que está sendo produzida pelo Instituto Butantan, e que havia solicitado até a formalização de 30 milhões de doses da nova vacina.
“Não acertamos formalização de 30 milhões de doses da Coronavac porque já temos vacina suficiente para o período. Queríamos a Butanvac. A Coronavac é uma vacina de uso emergencial, entendo que deveríamos apostar em uma vacina nacional, assim como os custos que é menor. Investir na Butanvac seria melhor opção sem prejuízo a compra de 30 milhões de Coronavac”, declarou Queiroga.
O ministro revelou que o Ministério irá usar a decisão da Anvisa sobre a liberação da importação da vacina Sputnik V para buscar adquirir 10 milhões de doses do imunizante, assim já dialoga com os Estados para compra de mais doses junto aos Consórcios.
“Já existe uma conversa com Moderna para compra de 100 milhões de doses. Também temos uma discussão que a vacinação contra Covid seja de forma regular no país. Mas, isso ainda está em fase levantamento”.
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