O empresário Joesley Batista, um dos donos do grupo J&F, usou seu direito de ficar calado durante Audiência Pública convocada pela Comissão Paramentar Mista de Inquérito (CPMI da JBS) e pela CPI do BNDES, nesta terça-feira (28.11), no Senado Federal.
Mesmo informado que o empresário não responderia os questionamentos, o senador de Mato Grosso, José Medeiros (Podemos) perguntou sobre a relação de Joesley com o ex-governador Silval Barbosa (PMDB).
“O Estado de Mato Grosso, eu posso dizer que ele foi um Estado, que foi extremamente prejudicado pelas operações que houveram ali. Eu gostaria de saber como foi a relação da JBS com o governador Silval Barbosa”, questionou.
Apesar da negativo de responder à pergunta, Medeiros continuou a questionar Joesley, se ele teria algum relacionamento com outros políticos de Mato Grosso, e sobre pagamentos efetuados a membros da CPMI da JBS.
Em todos os questionamentos, o empresário manteve as orientações de seu advogado e se ficou em silêncio.
Diante do silêncio, Medeiros lamentou que o empresário não respondeu os questionamentos e criticou a delação do empresário. Segundo o senador, na delação de Joesley existe uma verdadeira “caixa preta”, mas acredita que todo esse “novelo” venha ser desvendado.
“Eu penso que o depoente levou um balão, venderam gato por lebre para ele, porque quando aquela casinha do procurador-geral da república veio a público, naquela entrevista dele, que ele veio a público tremendo, com a voz trêmula dizendo que havia uma grave gravação a respeito do STF, quando na verdade essa gravação não apareceu. E de repente pediram a rescisão do acordo de delação deles, pediu a prisão do Marcello Muller, ali demostrou que tinha alguma coisa muito estranha, que foram comprovados depois pelos e-mails, e pelo esclarecimento que não nasceu assim do nada a delação”, argumentou Medeiros, ao dizer que a relação do grupo JBS com a Procuradoria era anterior a delação.
Segundo Medeiros, o depoente foi enganado no acordo de delação premiada e sugeriu a Joesley que fizesse outra delação, delatando o acordo.
“A CPI independente da gritaria, independentemente do quanto está sendo atacada, porque, o que eu tenho visto dizerem que a CPI, está sendo a CPI do MPF, não. Na verdade, a CPI está colhendo dados, a gente sabe como ela começa, mas não sabe como termina, mas os elementos que estão sendo trazido à aqui, é que o roteiro anunciado não está se confirmando. Eu não tenho dúvida que o depoente está sendo enganado, se eu pudesse sugerir, sugeria a ele fazer um acordo de delação, para delatar o acordo de delação”, sugeriu Medeiros.
O presidente da CPMI, Ataídes Oliveira, informou que os parlamentares continuariam a perguntar ainda que o empresário se negasse a responder. Já o relator da CPMI da JBS, deputado Carlos Marun (PMDB), afirmou ver a oitiva como uma oportunidade defesa, embora tenha admitido que a CPI estava tendo poucos resultados.
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