O deputado estadual Lúdio Cabral (PT) chamou atenção nessa terça-feira (04.10) para o real objetivo da concepção do Parque Nacional da Chapada dos Guimarães ao criticar o Governo do Estado por defender uso da área para entretenimento. Segundo ele, o governador Mauro Mendes (União) precisa compreender que o Parque Nacional não é um empreendimento para entretenimento da população, mas, uma unidade de preservação ambiental.
“Essa compreensão é fundamental para que a gente pense que forma União e Estado possam atuar em parceria para fortalecer uma unidade de conservação de uso restrito, que é para preservação ambiental”, declarou Lúdio, durante audiência pública no Senado, sobre o Projeto de Lei nº 3649/2023, que dispõe sobre a estadualização da unidade de preservação.
Lúdio apontou ameaças por atividades de mineração, a falta de investimentos do Estado nas unidades de preservação ambiental sob gestão estadual, entre eles, o Mirante de Chapada, atualmente comprometida por erosão, falta de servidores atuando e custo alto para ingressar no Parque Estadual Águas Quentes, concedido a iniciativa privada com day use de R$ 180 por pessoa.
Segundo Cabral, até o acesso ao Parque, uma obra de responsabilidade do Governo do Estado, está inacabada. “Está lá praticamente 10 anos esperando."
Sobre a ameaças ocasionadas pelo avanço das lavouras de soja no planalto e pelas atividades de mineração na planície, Lúdio afirmou que basta ir até o Mirante e verificar as lagoas resultantes de atividades de mineração, empreendimentos que comprometem até a paisagem do Parque.
“É só sobrevoar o Parque que iremos verificar que as lavouras de soja e de algodão estão indo até o Mirante. Na planície as atividades de mineração são ameaças importantíssimas ao Parque Nacional de Chapada e a área de proteção ambiental que faz o entorno de Chapada, que é uma unidade de conservação estadual. Há dezenas de pedidos de mineração”, declarou Cabral.
Segundo Lúdio, até o momento, não foi visto nenhum investimento do Governo do Estado nas quatro unidades de conservação sob gestão estadual, entre eles, o petista cita o abandono do Parque da Quineira, situado dentro do município de Chapada, e a Estrada Parque MT-251, que começa agora a receber investimentos do Governo Estadual.
“Mato Grosso tem 48 unidades de conservação sob gestão estadual, 27 delas não tem plano de manejo, das 48 unidades, é provável que a maioria delas não tem Conselho Gestor, quantos servidores atuam nessas unidades, eu já visitei algumas, alguma não tem um servidor, a exemplo do Parque Santa Barbara. Eu visitei a área de proteção da nascente do Rio Paraguai e encontrei um servidor comissionado, que já está lá há 15 anos, ele é gerente, mas gerente dele mesmo em uma área com quase 100 mil hectares”, destacou Lúdio.
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