O Pleno do Tribunal de Justiça de Mato Grosso (TJMT), recebeu a denúncia e tornou réus os deputados Romoaldo Junior (MDB), Mauro Luiz Savi (DEM) e Gilmar Donizete Fabris (PSD) e outras nove pessoas por participação em um suposto esquema que teria desviado R$ 9,4 milhões da Assembleia Legislativa, entre os anos de 2013 e 2014. A ação criminal proveniente da Operação Ventríloquo.
De acordo com o Ministério Público Estadual (MPE), no período compreendido entre os anos de 2013 e 2014, os parlamentares Romoaldo Junior, Gilmar Fabris e Mauro Savi em parceria com o ex-deputado José Geraldo Riva, constituíram organização criminosa com objetivo de saquear a Assembleia Legislativa.
Segundo a denúncia, a organização criminosa, com clara divisão de papéis, subtraiu dos cofres da Assembleia Legislativa de R$ 9.480.547,69 milhões em proveito próprio, valendo-se da facilidade que proporcionava a condição de servidores públicos e agentes políticos de alguns de seus membros.
Segundo o Ministério Público, no mesmo período os acusados citados acima, em continuidade delitiva, ocultaram e dissimularam a natureza e a origem dos valores contando com o auxílio dos empresários e assessores parlamentares.
Na sessão plenária do Tribunal de Justiça, o relator do processo, desembargador Rondon Bassil Dower Filho, apontou a denúncia contra os parlamentares foram embasadas no acordo de colaboração premiada firmado entre o lobista do esquema, Júlio Cesar Rodrigues, com o Ministério Público.
Ele relatou que Romoaldo foi o maior “beneficiado” no esquema, recebendo dinheiro por meio do seu chefe de gabinete, Francisvaldo Mendes Pacheco, destacando o recebimento de R$ 241,9 mil usados para o pagamento de um empréstimo com o empresário Rodrigo Santiago Frisson, da empresa Canal Livre Comércio e Serviços Ltda.
Consta da ação que as investigações demonstram que o deputado estadual Gilmar Fabris, foi beneficiário de R$ 95 mil do dinheiro desviado. Consta ainda, o envolvimento do empresário Valdir Daroit, ex-cunhado do deputado Mauro Savi e a sua esposa Leila Clementina Daroit, com objetivo de beneficiar o parlamentar. A denúncia cita aquisição de Porsche Cayenne, veículo esportivo de luxo avaliado em R$ 208,5 mil além de cerca de R$ 117 mil em gado.
O casal foi denunciando ainda por realizar de forma habitual, ocultarem e dissimularam a natureza, origem, localização e movimentação de valores provenientes do crime de peculato perpetrado pelo deputado Mauro Savi.
Na sessão, Bassil apontou que nos autos existem indícios suficientes que demonstram a participação dos deputados, servidores públicos e empresários em um esquema que lesou os cofres públicos.
“Ficou demonstrado a triangulação de pagamentos, articulações pouco ortodoxas. Todos sabiam da origem espúria do dinheiro. Então não existe elementos para absolvição sumaria de nenhum dos acusados. Por isso recebo a denúncia contra todos os acusados”, declarou o desembargador.
Além de Romoaldo, Savi e Fabris, tornaram-se réus José Antônio Lopes, Ana Paula Ferrari Aguiar, Claudinei Teixeira Diniz, Marcelo Henrique Cini, Cleber Antônio Cini, Valdir Daroit, Leila Clementina Sinigaglia Daroit, Odenil Rodrigues de Almeida e Edilson Guermandi de Queiroz.
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