O ex-deputado Júlio Campos (DEM), afirmou em entrevista nessa quinta-feira (09.09), que o presidente da República, Jair Bolsonaro (Sem partido) precisa refletir e adequar sua postura.
Júlio avaliou que Bolsonaro exagerou em seu discurso do 7 de Setembro. Entretanto, também apontou que o Supremo Tribunal Federal (STF) também exagera por “liberar” pessoas condenadas por corrupção.
“Ele poderia ter feito um discurso mais sensato, mais equilibrado e sem ameaças que não são realizadas contra o Poder Judiciário Brasileiro. Embora tenhamos que reconhecer que o Supremo Tribunal Federal tem exagerado nas suas decisões. Pessoas condenadas por corrupção estão sendo absorvidas e pessoas que não cometeram nenhum tipo de corrupção, mas apenas crimes de palavra estão sendo condenadas”, criticou Júlio.
A indireta foi em razão da anulação das condenações do ex-presidente Lula (PT) e das prisões de apoiadores de Bolsonaro por ataques ao STF.
Questionado se o DEM Nacional deve apoiar o presidente Jair Bolsonaro, Júlio afirmou que a sigla busca lançar o ex-ministro da Saúde, Luiz Henrique Mandetta, como terceira via para Presidência em 2022, polarizada entre Bolsonaro e Lula.
“Eu sou adepto a uma terceira via na sucessão presidencial, eu acho que, o Brasil está muito agitado e muito desequilibrado, com duas forças - a direita e à esquerda - bastante radicalizada, e está precisando encontrar um nome que viesse pacificar o país, a minha tese é essa, se o DEM tivesse esse nome seria o ideal. Caso não tenha, vamos conversar e estudar. Agora, entre Lula voltar com a sua corrupção e continuar esse Governo “atrapalhado” do Bolsonaro, até preferível Bolsonaro”, declarou Júlio.
Sobre os pedidos de intervenção militar, Júlio destacou toda sua experiência para afirmar que a maioria não quer. Segundo o democrata, o radicalismo é defendido pela minoria.
“Lamentavelmente a política brasileira está tomando um rumo muito desagradável, que em vez de defender um processo Democrático, amplo, geral e restrito, há grupos minoritários que defendem a volta do regime militar. Quem não viveu, pode até admirar, mas quem passou naquele período, sabem que realmente para os processos democráticos foram muito pernóstico”, declarou.
Já sobre a postura do presidente que acaba incentivando os comportamentos antidemocráticos de seus apoiadores, Júlio afirmou que o presidente erra e precisa refletir.
“É muito ruim a postura do presidente, tanto é que ele, nessas últimas horas, teve que retroceder, depois daquele grande impacto, ele viu que não é por aí. As forças democráticas do país, o Congresso Nacional, o próprio Judiciário e o povo brasileiro não querem esse tipo de radicalismo. Queremos um país em desenvolvimento. O Brasil não suporta mais a situação econômica que está vivendo, dólar explodindo, bolsa de valores caindo, a situação do custo de vida muito alto, combustível muito alto. Então está na horado Governo refletir. É adequar e preparar para uma disputa democrática”, declarou.
Entretanto, apesar das críticas à postura do presidenciável, Júlio afirma que o impeachment não interessa nem para a oposição, nem para a situação.
“Nem para a oposição interessa o impeachment de Bolsonaro e para a oposição, quanto mais Bolsonaro errar, fazer desacerto, mais fácil fica para de ganhar uma possível eleição no ano que vem, não acredito que esse radicalismo vai chegar a um ato final, que seria um impeachment”, encerrou Júlio.
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