O julgamento do mensalão continua nesta terça-feira no Supremo Tribunal Federal (STF) e vai definir o destino do ex-ministro-chefe da Casa Civil José Dirceu, o principal acusado no esquema de corrupção denunciado durante o primeiro mandato do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva.
Após ter declarado culpados 22 dos 37 acusados por diversos crimes de corrupção, o STF terá que julgar agora a responsabilidade de dez réus que respondem por corrupção ativa.
O principal deles é José Dirceu, ex-ministro da Casa Civil e considerado o "braço direito" de Lula na época do seu primeiro mandato. Dirceu foi declarado culpado por três dos quatro ministros do STF que já votaram neste capítulo do processo.
Na mesma situação está o ex-presidente do PT José Genoino. Já em relação ao ex-tesoureiro do partido Delúbio Soares o panorama se apresenta ainda pior, pois o mesmo foi considerado culpado pelos quatro ministros que já se pronunciaram.
De acordo com a acusação apresentada pela Procuradoria Geral da República, Dirceu foi o "chefe" e "idealizador" do mensalão, o que nos autos do processo foi definido como "o mais atrevido e escandaloso esquema de corrupção e de desvio de dinheiro público flagrado no Brasil".
Genoino é acusado de ter aprovado a gestão fraudulenta realizada por Delúbio, o que permitiu a montagem do esquema de arrecadação ilegal de dinheiro.
Na audiência de amanhã, outros seis ministros do Supremo vão apresentar seus pareceres que vão definir o futuro dos três ex-dirigentes do PT.
Também responderá nesta fase do julgamento por acusações de corrupção ativa o ex-ministro dos Transportes Anderson Adauto, do extinto Partido Liberal (PL). Até agora o réu foi declarado inocente pelos quatro ministros que votaram na semana passada.
Além disso, serão julgados o publicitário Marcos Valério e seus sócios Ramon Hollerbach, Cristiano Paz e Rogério Tolentino, além de outros dois diretores de suas empresas, utilizadas pelo PT para o esquema do mensalão.
De acordo com os cálculos do Supremo, o julgamento deverá ser concluído no final deste mês, após o qual os dez ministros do STF ditarão as sentenças correspondentes para os réus declarados culpados.
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