O deputado estadual Wilson Santos (PSDB), em entrevista ao oticias no Ar nesta segunda-feira (13.08), afirmou que não descerá ao mesmo nível que a deputada Janaina Riva (MDB), que o chamou de “malandro”, por apresentar primeiro o requerimento solicitando a Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) para investigar o caso da “grampolândia pantaneira”.
Wilson explicou que apresentou primeiro porque conhece o Regimento Interno da Casa e a Constituição do Estado de Mato Grosso.
“Nós não temos nenhum receio de grampolândia, não temos receio das investigações, tanto é que nós apresentamos o Requerimento. Ela (Janaina) falou, falou, falou e nós fizemos! apresentei com 11 assinaturas. Apresentei o Requerimento em uma sessão pública, perante o presidente da Casa, li o requerimento e lá estavam 11 nomes, e ela, não sei porque cargas d’água, me acusa de malandragem. Eu não respondi no mesmo tom, não desci ao nível dela, mantive o respeito que ela merece, porque foi eleita pela sociedade”, pontuou.
O tucano relatou que durante a sessão ordinária e a polêmica em torno do requerimento, a base governista perdeu três assinaturas, sendo que duas delas haviam assinado as duas CPIs, neste caso, a assinatura do deputado Pedro Satélite e do deputado Sebastião Rezende. A terceira assinatura retirada foi do deputado Valdir Barranco, segundo Wilson, “a pedido dos caciques da aliança”.
“Criou-se uma polêmica, ela (Janaina) não tinha sequer o requerimento em sua pasta, estava na casa dela, ela pediu para assessores buscarem, saiu desenfreadamente em busca do requerimento. E na polêmica, retirou a assinatura o deputado Valdir Barranco a pedido dos caciques da aliança, e os deputados Pedro Satélite e Sebastião Resende, ambos retiraram as assinaturas das duas CPIs”, relatou.
Segundo Wilson, a tendência é que a Mesa Diretora, que nomeou uma Comissão para decidir qual CPI prevalecerá, reconheça que os dois requerimentos são insuficientes para instalar de imediato uma CPI.
“Ficou dois requerimentos com oito assinaturas, só que nenhum dos dois têm 16 assinaturas. Então, é provável que a Mesa Diretora reconheça que os dois requerimentos são insuficientes para instalar de imediato uma CPI. Porque há três CPIs em andamento, e o Regimento diz: só pode ocorrer o andamento de três CPIs, uma quarta só se dois terços assinar, ou seja, 16 assinaturas”, explicou.
No entanto, a expectativa da base governista é que a Mesa respeite a ordem cronológica da entrega do requerimento, ou seja, permaneça o pedido que registrou primeiro. “Quem apresentou primeiro com as oito assinaturas que é o mínimo, assim que a terceira CPI for encerrada abre a primeira vaga. Neste caso, respeita quem apresentou o primeiro requerimento.”
Ao ser questionado se deverá representar a deputada Janaina Riva ao Conselho de Ética, ou a Justiça por chamá-lo de “malandro”, Wilson afirmou que não.
“Não vou fazer isso por duas razões, primeiro porque eu não sou malandro - não vai combinar comigo a conversa de quem cala consente. Eu não vou acioná-la juridicamente nem ao Conselho de Ética. A sociedade tem visto o comportamento dela, quando há enfrentamento mais consistente, geralmente ela tem essas saídas, uma vez eu acabei entrando nesse nível, mas não entro mais. Jamais a chamarei de malandra, de filha de malandro, ou de desonesta”, pontuou.
Operação Rêmora - O tucano lembrou ainda outros embates que travou com a deputada Janaina Riva, e citou um em que desafiou a deputada a provar as declarações na Tribuna da Casa, sobre o desvio de R$ 56 milhões, no caso da Seduc. Na época, Wilson disse que se ela provasse em uma semana ele renunciaria, caso contrário, ela renunciaria. "Isso foi em abril e já se passaram mais de 10 semanas. Ela não provou e nem vai provar. Ela não renunciou e também não tocou nesse assunto."
Wilson afirmou que da Seduc foram desviados R$ 1,2 milhão e não R$ 56 milhões. Segundo ele, 1,2 milhões também é inaceitável.
"Havia um pacote de projetos com o montante de R$ 56 milhões, então, não houve um desvio de R$ 56 milhões, havia um projeto, um orçamento de R$ 56 milhões, desse montante, uma parte foi licitada, a parte majoritária sequer foi licitada, e dessa licitada, uma parte foi dada a ordem de serviço, então, na verdade houve o desvio assumido de R$ 1,2 milhão, o que é inaceitável", concluiu.
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