As boas relações que mantém com o senador Wellington Fagundes (PL) e com o deputado federal Neri Geller (MDB), candidatos declarados ao Senado neste ano, têm lá seus benefícios, mas a insistência de ambos em ganhar seu apoio na campanha, têm deixado o governador Mauro Mendes (União Brasil - UB) com relativo desconforto, dizem auxiliares mais próximos.
A agenda do governo parece ser acompanhada com interesse velado pelos assessores dos dois pré-candidatos e raras são as vezes em que eles não posam numa foto com o governador. Quando perdem algum evento, é certo que aproveitem a primeira oportunidade para uma foto, seja em eventos ou inaugurações, no gabinete do Palácio Paiaguás ou no interior do Estado.
VGN /Secom MT
Mauro Mendes (E) com Wellington e Neri Geller: apoio nada definido
-“O governador vai esperar as convenções para se pronunciar entre este ou aquele candidato conforme as orientações partidárias. Ele é homem de grupo e precisa ampliar o diálogo”, diz um interlocutor do Paiaguás, sem estender a conversa.
_“Há uma convenção à frente que pode definir esse apoio, mas tudo está ainda no campo dos entendimentos. Não é prudente se antecipar no atual momento”, diz um outro assessor do governo.
A verdade é que a questão sobre apoio a Fagundes ou a Neri tem sido assunto tratado com reservas nos corredores do Paiaguás, tanto que o próprio Mendes já teria, diz a mesma fonte, recomendado para que ninguém faça comentários sobre o tema.
Muitos falam que a luta travada pelo apoio do governador tem sido tão intensa que Mauro Mendes vem evitando aparições públicas com os dois [Neri e Fagundes] a fim de afastar incompreensões, deduções precoces ou que apareça alguém que resolva questioná-lo sobre qual direção tomará em se tratando de Senado. Até o momento, o governador sequer se manifestou sobre a idéia da sua própria candidatura à reeleição.
No final da semana passada, vale lembrar, o deputado Neri Geller declarou em uma emissora de rádio [Jovem Pan, Cuiabá] que espera o apoio de Mauro. “Fui leal ao governador desde o primeiro dia de seu mandato. Tenho um carinho especial por ele e pela dona Virginia Mendes. Fizemos muito, sobretudo, no momento em que ele mais precisou”, disse o pré-candidato, parecendo apostar na eventiual reciprocidade do chefe do Executivo mato-grossense. O detalhe é que Wellington, de um partido [o PL] que deve caminhar junto com o UB na campanha, diz praticamente a mesma coisa, enumerando a cada oportunidade recursos que possa ter conseguido para o governo de Mato Grosso.
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Recentemente, para impedir qualquer juízo sobre o apoio a um ou a outro, Mauro foi reservado ao declarar que “cada coisa de uma vez”. Com essa frase em uso frequente, o governador parece querer deixar claro que o projeto da sua reeleição está em aberto, do mesmo modo em que passa, sutilmente, o recado de que permanece no muro, quieto e seguro, sobre as duas outras candidaturas majoritárias em tela.
Prefeitos
No mesmo sentido, prefeitos de diversas localidades vêm recebendo pedidos de apoio dos dois pré-candidatos, que insistem na mesma toada. Há cerca de 5 dias, o prefeito de Sorriso, Ari Lafin, por exemplo, mediu as palavras e foi muito breve em evento local, ao falar de Geller e Fagundes.
Na semana passada, acompanhado do deputado federal da região de Sinop, Juarez Costa (MDB), Neri Geller fez um percurso extenso por vários municípios do Norte (e Welington rodou pelo sul do Estado, sua principal base eleitoral). Ocorre que a grande maioria dos prefeitos parece preferir aguardar mais um tempo para definirem o rumo a tomar – embora se saiba que, nos bastidores, há os que já fizeram suas opções e promessas.
Nesta segunda-feira passada (02.05), o prefeito Kalil Baracat (MDB), chefe do Executivo de Várzea Grande, foi ladeado pelos dois na inauguração da reforma da escola municipal Dirce Leite De Campos, em Várzea Grande. Kalil sabe que a briga pelo apoio é coisa de ‘gente grande’, e, por isso mesmo, trata as investidas como “coisas normais” sem demostrar muito interesse pela disputa para senador.
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