O senador de Mato Grosso, José Medeiros (Podemos) criticou duramente ambientalistas e o Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (IBAMA) chegando a afirmar que eles estão prejudicando a economia brasileira, como também o desenvolvimento do país, e também atrapalhando na subsistência dos índios (proibindo-os de caçar e plantar para se alimentarem). As declarações foram realizadas na sessão plenária do Senado Federal dessa segunda-feira (03.12).
O parlamentar disse que grande parte da produção agrícola do país vem de Mato Grosso, mas que os produtores locais estão tendo dificuldades de produzir por conta do Ibama e entidades de defesa do Meio Ambiente que invés de incentivar o desenvolvimento têm criado barreiras para atrapalhar o produtor rural. “Isso tem ocasionado, sem exagero, mortes, baixo índice de desenvolvimento humano e toda sorte de infortúnios ao Estado de Mato Grosso”, declarou Medeiros.
Segundo ele, estes órgãos ambientais passam a imagem que o produtor de Mato Grosso escraviza o trabalhador rural, poluem e degradam o Meio Ambiente com intuito apenas de obter lucro, deixando de lado que os produtores são responsáveis por fomentar a economia.
“Hoje nós preservamos 67% do nosso Território; nós produzimos só em 7,8% do nosso Território, só isso que a agricultura toma. Pois bem, a lei que deveria proteger o meio ambiente está acabando com ele, sabe por quê? Nós não podemos abrir uma estrada, porque eles marcam perigo de gol. Dizem o seguinte: essa estrada não pode sair, porque senão daqui vai sair um vetor de degradação. E por que o discurso tem que ser produção e degradação? Por que não pode ser produção e desenvolvimento? Produção e sustentabilidade? A agricultura brasileira já faz isso, mas ninguém quer enxergar”, declarou o senador.
Ele relatou que estas barreiras criadas por estes órgãos ambientais e até a Fundação Nacional do Índio (Funai) estão atrapalhando até a subsistência dos índios. “Os nossos índios estão passando fome. As crianças dos nossos índios estão sendo prostituídas, há alcoolismo, drogas, crack. É isso o que está acontecendo hoje nas aldeias, mas nós temos um discurso lindo, maravilhoso, politicamente correto, draconiano. Nada pode funcionar, não há desenvolvimento neste País, em termos rurais, para não acabar com o sistema de vida dos índios, para não acabar com as florestas, enfim, para preservar o Meio Ambiente”, disse o parlamentar.
Em sua fala, Medeiros exemplificou que a Tribo Paresí plantou 10 mil hectares de soja no território destinado a eles em Mato Grosso, no entanto, o Ibama foi até o local e multou os indígenas em R$ 130 milhões, além de prender um membro da tribo porque ele estava caçando.
“E prenderam o índio por que? Ele estava com uma chumbeira. Ah, índio com chumbeira não pode. Quer dizer que ele pode matar uma paca com uma flecha, mas não pode com a chumbeira? O que é isso? É alguma religião? Porque eu sei que há certas religiões no mundo segundo as quais só se pode matar com uma adaga, virado para Meca ou para algum lugar etc. Eu não sei se o Ibama já está com esse tipo de regulamentação também, que diz de que jeito o índio tem de matar um animal. Mas o certo é que os índios, em Mato Grosso, estão sofrendo. Com isso, a tribo Paresí ficou proibida de vender a sua safra e de plantar. Estão lá! Querem que eles façam o quê? Eles vão querer sobreviver de alguma forma. Os outros parentes deles – Xavantes, Nambikwáras e tantos outros – já passam por dificuldades. Perto de Campinápolis, os índios passam fome”, pontuou, afirmando que o dinheiro destinado aos indígenas, por força de Lei, quase não chega as mãos dos indígenas e quando chega não dá para suprir com as necessidades deles.
Ele finalizou dizendo: “Para que existe o Ibama? Não, mas o Ibama esses dias foi criticado e disseram: Nossa, estão querendo acabar com o Ibama! Ninguém quer acabar com o Ibama; o que se quer é acabar com esse modelo que existe aí. O que se quer é que o Ibama passe a ser uma agência pelo Brasil, e não contra o Brasil; que possa ser uma agência certificadora”.
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