O governador de Mato Grosso, Mauro Mendes (União), chamou de "despesa" a contratação dos aprovados no concurso da Polícia Militar durante entrevista à imprensa na última segunda-feira (29.07).
Mendes alega que, para realizar as convocações, precisaria aumentar impostos. Levantamento realizado pela reportagem do , mostra que o governo abriu R$ 576.223.116,18 milhões no orçamento do Estado por excesso de arrecadação.
Em diversas declarações, Mendes afirma que não pode realizar novas convocações por falta de recursos suficientes. Apesar disso, os números mostram que a saúde financeira do Estado é positiva e que existem recursos em Caixa que poderiam subsidiar investimentos na Segurança Pública.
Vamos dobrar a conta da segurança e quem paga essa conta é o cidadão. Qualquer contratação gera um aumento de despesa e para isso tem que ter um aumento da receita, senão, teria que ter aumento de impostos
Segundo o levantamento, feito com base em publicações no Diário Oficial, o governador Mauro Mendes já abriu crédito suplementar no Orçamento do Estado por excesso de arrecadação em diversas Secretarias, Poderes e autarquias do Estado.
Entre as beneficiadas consta a MT Participações e Projetos S.A (MT-Par), o Tribunal de Contas, a Assembleia Legislativa de Mato Grosso (AL/MT, a Secretaria de Estado de Cultura, Esporte e Lazer (Secel), a Secretaria de Estado de Infraestrutura e Logística de Mato Grosso (Sinfra) e a própria Secretaria de Segurança Pública de Mato Grosso.
Concurso de cadastro de reserva
Além de evitar despesas, Mendes também apresentou outro motivo para não contratar os aprovados.
Segundo o governador, os mais de 1.300 aprovados, que aguardam convocação, têm conhecimento sobre a falta de garantia no chamamento de concurso de reserva realizado em 2022.
Ele afirmou ainda que o chamamento é feito de acordo com a necessidade apresentada pela Segurança Pública do Estado. “E eles não me apresentaram nenhuma necessidade.”
Déficit de 5 mil policiais
Atualmente o Governo do Estado de Mato Grosso possui um déficit de 5784 servidores, de acordo com um estudo da Associação de Cabos e Soldados de Mato Grosso (ACS-MT). Sobre a demanda, o secretário de Segurança Pública de Mato Grosso (SespMT), coronel PM César Augusto Roveri, afirmou em entrevista ao , que aguarda estudo e análise de capacidade financeira para contratação dos policiais aprovados no concurso público do Estado. Segundo ele, os aprovados só serão chamados "se houver necessidade".
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