O governador de Mato Grosso, Mauro Mendes (União) contabiliza 11 operações policiais em sua administração envolvendo a participação de servidores no período de 2020 a 2024. As operações envolveram investigações que atingiram ex-secretário, médicos, assessores, secretário adjunto e até o empresário Luis Antonio Taveira Mendes, filho do governador Mauro Mendes.
Em março de 2023, a Operação Gorgulho deflagrada mirou desvio de 240 cestas básicas da a Secretaria de Estado de Assistência Social e Cidadania (Setasc).
Conforme as investigações, um servidor público, que exerce o cargo de assessor técnico da Secretaria de Estado de Esporte, Cultura e Lazer (Secel), atendendo a pedido de um assessor parlamentar, desviou 240 cestas básicas do depósito da Coordenadoria de Segurança Alimentar da Setasc, órgão para o qual o servidor estava cedido.
Também em março de 2023, a Polícia Civil e o Ministério Público Estadual (MPE) deflagraram a “Operação Simulacrum”, que cumpriu 81 mandados de prisão temporária contra policiais militares investigados por homicídios.
Em setembro de 2023, empresários e servidores da Secretaria de Estado de Meio Ambiente (Sema) foram alvos de duas fases da Operação Desbaste, que envolveu uma força-tarefa ambiental do Grupo de Atuação Contra o Crime Organizado (Gaeco). A operação teve o objetivo de combater uma organização criminosa acusada de fraudar licenciamentos ambientais e sistemas de controle ambiental (CC-Sema, Sisflora e Simlam).
Ao longo de 2021 até 2024, o Governo do Estado – especificamente a Secretaria de Estado de Saúde (SES-MT) - foi alvo da Operação Espelho, que investiga suposto cartel de empresas envolvido na prestação de serviços médicos Hospital Metropolitano de Várzea Grande.
Conforme as investigações, empresas atuavam em conjunto com servidores da Pasta para fraudar licitações e contratos de prestações de serviços médicos, principalmente, de Unidades de Terapia Intensiva (UTIs), no Estado. Conversas interceptadas pelos investigadores mostraram que os médicos envolvidos no esquema citavam uma suposta reunião com o governador para abrir mais UTIs.
A segunda fase da Operação Espelho cumpriu o sequestro e bloqueio de aproximadamente R$ 35 milhões, em bens móveis e imóveis. As buscas e apreensões, sequestro e bloqueios foram cumpridos em Alta Floresta, Colíder, Cuiabá, Peixoto de Azevedo, Várzea Grande e Sinop.
Em agosto de 2023, a Polícia Civil, por meio Delegacia Especializada de Combate à Corrupção (Deccor), concluiu o inquérito da Operação Espelho 2 com o indiciamento de 22 pessoas pela prática de crimes licitatórios de peculato e de organização criminosa.
Já em agosto de 2024, a desembargadora Maria do Carmo Cardoso, do Tribunal Regional Federal (TRF), suspendeu as investigações da Operação Espelho, deflagrada pela Deccor. A decisão atendeu ao pedido liminar de parte dos investigados, que alegaram que há falha técnica na decisão que determinou o início da operação.
Também em agosto de 2023 o Gaeco deflagrou a “Operação Loki” na Secretaria de Estado de Meio Ambiente (Sema). Conforme a delegada Alessandra Saturnino de Souza Cozzolino, o esquema consistia em aprovar Cadastros Ambientais Rurais (CARs) com informações falsas e alterar a fitofisionomia vegetal para que imóveis localizados em áreas de floresta amazônica pudessem aumentar a área de desmatamentos em até 65% do imóvel.
Em novembro de 2023, a Polícia Federal e o Ibama deflagraram a Operação Hermes 2, contra o uso ilegal de mercúrio. Duas empresas do empresário Luis Antonio Taveira Mendes, filho do governador Mauro Mendes (União) foram alvos da operação. Ao todo, foram cumpridos 34 mandados de busca e apreensão e o sequestro de R$ 2,9 bilhões em bens dos investigados. O delegado responsável pelo caso chegou a pedir a prisão de Luis Antonio, mas à Justiça negou. À época, Taveira Mendes foi proibido de mudar de endereço ou deixar o país.
A Operação Hermes I foi deflagrada em dezembro de 2022. Ela iniciou a partir da investigação de uma empresa com sede em Paulínia/SP, que utilizava criminosamente de suas atividades autorizadas para produzir créditos falsos de mercúrio em sistema do IBAMA.
Em 2020, o secretário Adjunto Sistêmico da Casa Civil de Mato Grosso, Wanderson de Jesus Nogueira, foi preso por suspeita de corrupção ao ser flagrado com R$ 20 mil. Ele foi preso pelo Grupo de Atuação Especial Contra o Crime Organizado (Gaeco). Wanderson foi solto sob o pagamento de fiança no valor de R$ 31 mil e uso de tornozeleira eletrônica.
Em junho de 2024, o ex-secretário de Segurança Pública, Alexandre Bustamante foi alvo da Operação Ragnatela, que mirou membros do Comando Vermelho. Bustamante teria recebido parte dos R$ 100 mil pagos pela transferência. Em nota à imprensa, Alexandre Bustamante negou a acusação. A operação foi deflagrada pela Força Integrada de Combate ao Crime Organizado de Mato Grosso (FICCO/MT). Um total de oito pessoas foram presas e 36 mandados de busca e apreensão foram cumpridos em Mato Grosso e no Rio de Janeiro contra membros do Comando Vermelho, que usavam casas noturnas em Cuiabá para lavar dinheiro do crime.
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Veja quais foram as operações policiais
1- OPERAÇÃO GORGULHO (cestas básicas)
2 - Operação Simulacrum (80 PM presos)
3 - Operação Desbaste
4 - Operação Debaste II
5 - Operação Espelho
6 - Operação Espelho II
7 - Operação Hermes
8 - Operação Hermes II
9 - Operação do Gaeco prisão do Assessor Wanderson da Casa Civil
10 - Operação Gaeco Secretaria de agricultura do estado de Mato Grosso
11 - Operação Ragnatela
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