O governador de Mato Grosso, Mauro Mendes (União) afirmou em entrevista à imprensa nesta segunda-feira (03.04), que se nomear todos os cargos vagos solicitados na Polícia Militar, o Estado vai colapsar suas finanças. A declaração foi em resposta às críticas da deputada federal Coronel Fernanda (PL-MT) que cobrou novas nomeações na Polícia Militar e na Polícia Civil.
Atualmente, existem cerca de 6 mil cargos vagos na Polícia Militar de Mato Grosso. Em alguns municípios, o efetivo é tão baixo que apenas um policial fica de plantão para realizar audiências de custódia, conforme denúncia feita por um delegado de Guarantã do Norte.
"Se formos nomear todos os cargos vagos – que eles me pedem, nós vamos colapsar as finanças do Estado em breve”, declarou o governador.
Ao criticar o governo Mendes, a deputada federal Coronel Fernanda (PL-MT), reconheceu a necessidade de alterações nas leis, argumento principal de Mauro para explicar o crescimento das facções. A parlamentar afirmou que a legislação não é uma justificativa para o Governo Mendes não convocar novos profissionais.
“Temos vários projetos de leis. Agora, não adianta ter leis e não ter quem vai executá-las. Hoje nosso efetivo da Polícia Militar está aquém. Não adianta ter juiz se não tem quem vai perder. Não adianta ter juiz e se não tem quem vai investigar”, declarou a deputada.
Eu não posso alegar, que - eu não vou incluir policiais -, justificando que a legislação é enxugar gelo
A deputada afirmou que a Polícia Militar tem menos 40% do que o previsto em lei 2014, ou seja, o Estado não atende nem o total de efetivo previsto há 10 anos. Segundo ela, a crítica não é pessoal ao governador, mas a realidade da Segurança Pública do Estado.
“Em 2014 tem uma lei, que diz que o efetivo necessário para Mato Grosso é de 12 mil homens, temos pouco mais de seis mil. Como vamos fazer policiamento ostensivo contra as facções se hoje não temos efetivo para isso”, questionou a parlamentar.
Para a deputada, as baixas no número de efetivo favorecem as facções, pois não param de aliciar jovens. “Um policial não é formado do dia para noite, ele precisa no mínimo quase um ano de formação. Esse ano está previsto aposentar mais de 100 policiais, ano que vem mais ainda. Enquanto se perde policiais – por aposentar, por ser excluído ou por morte – as facções chamam jovens para fazer parte da criminalidade”, alertou a deputada.
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