O governador de Mato Grosso, Mauro Mendes (União) saiu em defesa de seu filho, Luis Antonio Taveira Mendes, um dos alvos da segunda fase da Operação Hermes (Hg), deflagrada na quarta-feira (08.11). Mendes acusou seus adversários e parte da imprensa, e colocou em “xeque” a ação da Polícia Federal (PF). Segundo ele, foi uma armação para atingi-lo.
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A Polícia Federal e o IBAMA (Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis) deflagraram, na quarta-feira (08.11), a segunda fase da Operação Hermes, com o objetivo de apurar o comércio e uso ilegal de mercúrio, organização e associação criminosa, receptação, contrabando, falsidade documental e lavagem de dinheiro, em Mato Grosso e mais três Estados.
No inquérito, a Polícia Federal apontou que as empresas que tem como um dos sócios Luis Antônio Taveira Mendes, filho de Mauro Mendes, produziram mais de uma tonelada de ouro de forma ilícita, avaliado em aproximadamente R$ 240 milhões.
Ainda, conforme a PF, a empresa Mineração Aricá Ltda, que tem como administradores Maria Auxiliadora de Assis Franco Gribel, Euler Oliveira Coelho e Luis Antônio Taveira Mendes, não possuía Cadastro Técnico Federal de Atividades Potencialmente Poluidoras e/ou Utilizadoras de Recursos Ambientais (CTF/APP).
Segundo a PF, a empresa nunca declarou compra de mercúrio no sistema de controle do Ibama, mas produziu 943.574,09 gramas de ouro, sendo que Arnoldo demonstrou ter vendido mercúrio ilegal para esta empresa, com registro das primeiras vendas em junho de 2022. A Mineração Aricá atuava em uma área arrendada da Mineração Casa de Pedra Ltda, em Chapada dos Guimarães (a 65 km de Cuiabá).
“Considerando que tanto a Casa de Pedra, titular do processo ANM, quanto a Mineração Aricá e o próprio Euler Oliveira Coelho nunca obtiveram mercúrio pelo sistema de controle, os 943.574,09 gramas de ouro produzidos são ilegais”, consta do inquérito.
Apesar de o inquérito apontar os fatos, o governador disse estranhar que o delegado da Polícia Federal, Dalton Marinho Vieira Júnior, responsável pela operação, tenha assinado um documento afirmando que seu filho não era investigado, e três meses depois, pede a prisão de 15 pessoas, incluindo Luis Antonio. Porém, a 1ª Vara Federal de Campinas negou pedido de prisão da PF.
“Em julho deste ano, o jornal A Gazeta publicou manchete afirmando que meu filho Luis Antonio era investigado na operação Hermes, que investiga comércio de mercúrio. Dias depois, o delegado responsável pela operação assinou um documento dizendo que meu filho não era investigado no âmbito da operação. Pela MENTIRA publicada pela Gazeta, Luis Antonio está processando o jornal por calúnia e difamação, baseado no documento fornecido pelo próprio delegado da PF. Passados 3 meses, sem fato novo, estranhamente e sem as devidas justificativas jurídicas e legais, o mesmo delegado pede prisão de 15 pessoas e inclui no meio o nome do meu filho. O pedido foi negado pela Justiça Federal, por falta de fundamento para tal medida”, acusou o governador.
O teve acesso ao e-mail que o delegado da Polícia Federal de Campinas, Dalton Marinho, enviou ao escritório do advogado Hélio Nishiyama, que defende a família do governador. O e-mail, inclusive foi usado no processo contra o Jornal A Gazeta. Conforme o e-mail (abaixo) o delegado afirma que "conforme contato telefônico não há conhecimento em primeiro momento da citação da pessoa no bojo da operação HERMES, contudo os desdobramentos são imprevisíveis".
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