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Política Terça-feira, 15 de Agosto de 2023, 14:01 - A | A

Terça-feira, 15 de Agosto de 2023, 14h:01 - A | A

SUPOSTOS DESVIOS

Gilberto afirma que abertura de CPI na ALMT para investigar cartel da Saúde "não irá ajudar em nada"

Governo está numa “força-tarefa” para fazer todas as licitações necessárias para regularizar os contratos investigados pela Deccor

Angelica Gomes/VGN

O secretário de Saúde do Estado, Gilberto Figueiredo, afirmou nesta terça-feira (15.08) que uma abertura Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) na Assembleia Legislativa de Mato Grosso (ALMT) para investigar os contratos firmados pelo Governo do Estado com empresas investigadas na “Operação Espelho” pode não ajudar em nada.

A declaração foi feita após ele ser questionado sobre a ideia do presidente da Comissão de Saúde da ALMT, deputado Lúdio Cabral (PT), propor a abertura de uma CPI para investigação dos contratos. Dados apontam que foram pagos quase R$ 14 milhões para as cinco empresas que, segundo a Delegacia Especializada de Combate à Corrupção (Deccor), integrariam um cartel que dominava os contatos e licitações com a Saúde do Estado.

“Eu não acredito que isso ajude em nada. Mas, eu não vou aqui questionar ou entrar em debate sobre a vontade do deputado Lúdio”, disse o secretário.

Figueiredo ainda garantiu que o Governo montou uma “força-tarefa” para fazer todas as licitações necessárias para regularizar os contratos investigados pela Deccor.

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Entenda a “Operação Espelho”

A primeira fase da “Operação Espelho” para investigar fraudes e desvios de valores ocorridos no contrato de prestação de serviços médicos no Hospital Estadual Lousite Ferreira da Silva (hospital metropolitano), em Várzea Grande, foi deflagrada em 2021.

Como desdobramento das investigações, a Polícia Civil apurou que a empresa contratada integrava um cartel de empresas dedicado a fraudar licitações e contratos de prestações de serviços médicos, principalmente, de UTIs, em todo o estado. Foram identificados contratos fraudulentos com hospitais municipais e regionais de Mato Grosso.

Já a segunda fase, foi deflagrada neste ano (2023), e foi descoberto que, especialmente durante o período da pandemia da Covid-19, os agentes intensificaram suas ações, valendo-se da fragilidade e desespero de gestores públicos que se viam obrigados a contratar com urgência e, praticamente, a qualquer preço, os serviços médicos de UTIs.

Por meio de suas empresas, a organização criminosa simulava concorrência para a imposição de valores muito maiores que os praticados no mercado. Os serviços não eram fornecidos na forma contratada, por vezes com consentimento dos agentes públicos fiscalizadores. Pacientes eram internados nas UTIs desnecessariamente, visando apenas o aumento dos lucros.

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