A CPI da Covid-19, no Senado Federal, ouve neste momento o ex-chefe da Secretaria de Comunicação do Governo Federal, o empresário Fabio Wajngarten.
O depoimento dele é um dos mais aguardados pelos membros da CPI, já que, no mês passado, o empresário não poupou críticas à atuação do ex-ministro da Saúde Eduardo Pazuello.
Em entrevista à imprensa, Wajngarten afirmou que houve “incompetência” e “ineficiência” do Ministério da Saúde ao lidar com a farmacêutica da Pfizer – que no ano passado ofereceu um lote de 70 milhões de vacinas ao Governo Federal.
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Wajngarten deixou o Governo em março deste ano após acumular desgastes na gestão, especialmente com o ministro das Comunicações, Fábio Faria. O ex-secretário enfrentava queixas internas a respeito da comunicação oficial na pandemia.
Na CPI, Wajngarten afirmou que enquanto esteve no Governo jamais sofreu qualquer interferência na Secretaria ou nas questões de comunicação, e que enquanto esteve a gestão fez 11 campanhas publicitárias sobre medidas de prevenção da Covid-19, vacinação entre outras orientações para combater a pandemia.
Sobre a vacina Pfizer, ele declarou que recebeu uma carta em 09 de novembro de 2020 da farmacêutica oferecendo 500 mil doses, e não 70 milhões como foi amplamente divulgado na mídia. O ex-secretário explicou que a carta foi enviada para várias autoridades, entre eles o presidente Jair Bolsonaro, vice-presidente Hamilton Mourão, ao Ministério da Saúde, entre outros.
“Até o recebimento da carta da farmacêutica ninguém tinha respondido. Várias autoridades receberam tal a carta. Quero deixar claro que nunca participei das negociações da vacina. O que busquei sempre foi o maior número de vacinas e que elas tivessem mais eficácia”, declarou.
Fábio contou que em 17 de novembro, o CEO da Pfizer, Carlos Murillo, participou de uma primeira reunião para tratar sobre aquisição das vacinas, sendo que não foi discutido valores das doses, e que apenas foi uma “visita de cortesia”. “Nesta reunião não se falou do cronograma da Pfizer porque as vacinas eram escassas”.
Wajngarten afirmou que dialogou “sozinho” com a farmacêutica Pfizer por possuir experiência suficiente em negociações internacionais. “Apenas ajudei para criar atalhos na aquisição destas vacinas”, disse ao negar que compra de vacina da Pfizer foi “tardia”.
O ex-secretário contou que na época existia uma “lacuna legal” muito grande para assinatura de contrato com a Pfizer, e que desconhece quem teria sido a pessoa que dificultou as negociações da farmacêutica.
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