Feita intramuros, a crítica não será confirmada oficialmente pelo ex-presidente Lula. Mas aconteceu. Numa conversa com aliados políticos, nesta semana, o ex-presidente foi questionado sobre as turbulências na economia e a queda na popularidade da presidente Dilma Rousseff, apurada pelo Datafolha.
Pela primeira vez, Lula explicitou uma crítica à condução da economia. "Não reclamei quando tiraram o Meirelles, mas ele faz falta", disse ele, segundo relatos dos presentes. Presidente do Banco Central durante oito anos de seu mandato, Henrique Meirelles gozava de amplo prestígio internacional e emprestava credibilidade à política econômica. Sua ortodoxia funcionava como contraponto à política desenvolvimentista do ministro Guido Mantega. Textualmente, Lula disse que o "companheiro Meirelles era quem segurava o tranco".
Escanteado pelo governo Dilma logo no início de sua gestão, Meirelles não teve espaço na área econômica, nem na Autoridade Pública Olímpica, para a qual foi cogitado. Assim, acabou se recolocando no Banco Original, que pertence ao grupo J&F. Seu sucessor, Alexandre Tombini, não tem o mesmo prestígio nem dentro, nem fora do País.
A despeito da crítica, Lula tem feito de tudo para rechaçar as pressões sobre uma eventual volta, já em 2014. O exemplo que ele não se cansa de repetir é o do maior vencedor de todos os tempos na Fórmula 1. "Não tenho vocação para Michael Schumacher", tem dito Lula. Schumacher, como se sabe, venceu tudo na primeira fase da carreira e só acumulou frustrações após seu retorno às pistas.
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