Cassado em maio de 2015 por prática de "caixa 2" em sua campanha eleitoral de 2012, o ex-prefeito de Várzea Grande Walace Guimarães (MDB), é candidato a vereador na cidade, tendo declarado patrimônio de R$ 5.731.780,35 milhões, ou seja, 152% superior aos R$ 2.270.477,21 milhões declarados nas eleições de 2012 quando foi eleito para comandar o município. A informação consta do sistema de registro de candidaturas da Justiça Eleitoral.
Conforme dados do portal, Walace tem em seu poder R$ 800 mil em espécie; possui seis propriedades rurais no município de Rosário Oeste, cujo valor total é de R$ 543.157,98 mil – todas as propriedades já pertenciam a ele em 2012.
O candidato adquiriu de 2012 até 2024, a Fazenda Pedra Preta de 515 hectares, localizada na cidade Paranaíta, avaliada em R$ 1.253.537,60, assim como 50% de outra uma fazenda naquele município, cujo percentual está avaliado em R$ 220 mil; área rural em Rosário Oeste no valor de R$ 218.609,86; um apartamento de 74,5 metros quadrados em Porto Velho (Rondônia) de R$ 240 mil.
Em Várzea Grande, Guimarães comprou dois terrenos urbanos, sendo um estimado em R$ 145 mil e outro de R$ 100 mil; uma área rural em Nossa Senhora do Livramento avaliada em R$ 30 mil.
Ele também declarou ter propriedades em sua cidade natal, Mucurici no Estado do Espírito Santo, sendo uma fazenda com valor de mercado de R$ 345.932,00 e outra no valor de R$ 70 mil.
Ainda segundo a declaração, Walace é proprietário de uma escavadeira hidráulica no valor de R$ 465 mil, assim como aplicações financeiras; dinheiro em contas bancárias e outros imóveis. Clique e confira declaração completa: https://divulgacandcontas.tse.jus.br/divulga/#/candidato/CENTROOESTE/MT/2045202024/110001944496/2024/91677.
O candidato a vereador é médico concursado da Prefeitura de Várzea Grande com salário de R$ 30 mil mensais.
Cassação de Walace
Em 05 de maio de 2015, Walace Guimarães foi cassado por decisão proferida pelo juiz da 58ª Zona Eleitoral do município, José Luiz Lindote - atualmente ocupando a função de desembargador do Tribunal de Justiça de Mato Grosso (TJMT).
O magistrado afirmou que a declaração de gastos de campanha de Walace nas eleições de 2012, prestada em R$ 1,4 milhão, não estava em conformidade com os valores movimentados entre os aliados de Walace e as empresas que prestaram serviços ao então candidato.
"O abuso de poder econômico, vinculado a Caixa 2, ficou demonstrado ao longo do processo, confrontando os valores constantes na prestação de contas e os extratos bancários dos envolvidos na fraude", diz trecho da decisão.
Ainda na decisão, citou os gastos ilícitos foram confirmados em duas perícias usadas pelo Juízo como base para a cassação: uma feita a pedido do Democratas (atualmente União Brasil) e outra a pedido da própria Justiça Eleitoral. As perícias analisaram tanto os gastos oficiais declarados pela chapa de Walace Guimarães quanto às movimentações financeiras obtidas com a quebra de sigilo bancário.
"De acordo com os peritos que subscreveram o documento encartado às fls. 2472/2535 – Volume 13 -, levando-se em conta os recursos técnicos utilizados e o tempo de exposição, o custo para produção de todo o material atingiria o preço médio de R$ 424.000,00 (quatrocentos e vinte e quatro mil reais), acarretando uma diferença de 600% em relação ao valor declarado, que foi de R$ 72.170,00 (setenta e dois mil, cento e setenta reais)", destacou o juiz.
Ele acrescentou: "Diante de tudo o que se expôs até aqui, é com profundo pesar que se constata que a movimentação financeira declarada pelos requeridos à Justiça Eleitoral no montante de R$ 1.457.173,89 (um milhão, quatrocentos e cinquenta e sete mil, cento e setenta e três reais e oitenta e nove centavos) está em desconformidade com os valores demonstrados nos autos".
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