A ex-chefe de gabinete da vereadora Edna Sampaio (PT), Laura Natasha de Oliveira Abreu, afirmou durante oitiva da Comissão de Ética e Decoro Parlamentar (CEDP) da Câmara de Cuiabá nesta quinta-feira (22.06), que em nenhum momento foi informada que a Verba Indenizatória (VI) era destinada para ajuda de custo do chefe de gabinete.
Em seu depoimento que investiga suposta prática de “rachadinha” no Gabinete da vereadora Edna Sampaio, Laura Natasha expôs sua falta de conhecimento da finalidade do recurso e sua falta de experiência na função.
“Eu achava que aquela VI era uma VI destinada para o Gabinete, e, que só caia na minha conta por eu ser chefe de gabinete, para que eu pudesse administrar esse recurso. Eu não sabia a real finalidade. Eles tratavam essa VI o tempo todo como VI do Gabinete, nenhum momento falava que era VI do chefe de gabinete, que era uma ajuda de custo, que era para custear os gastos em decorrência do cargo do chefe de Gabinete, nenhum momento isso foi explicado para mim, nem em conversa com a Edna, nem em conversa com a Alice, a ex-chefe de gabinete”, declarou Laura Natasha.
Segundo Laura Natasha, ela foi orientada sobre o prazo para entrega dos relatórios, mas o esposo da vereadora Edna, William Sampaio é quem administrava o recurso. “Quem fazia a cobrança todos os meses em meu WhatsApp era William o marido dela. Ele mandava mensagem perguntando: Laura já caiu a VI do Gabinete; Laura você transferiu a VI do Gabinete? Temos que fazer pagamentos. E eu transferia todos os meses essa VI em uma conta em nome da Edna, conta que nunca tive acesso. Eu nunca tive acesso a nenhuma das contas, nem do mandato, nunca movimentei essa conta de forma alguma.”
A declaração da ex-chefe de Gabinete compromete a vereadora no momento que afirma que o recurso teria que ser repassado a Edna. Porém, deixa claro que a orientação foi dada pela ex-chefe de gabinete chamada Alice, que afirmava se tratar de uma VI do Gabinete.
“A orientação que recebi foi a seguinte: todos os meses tem que fazer o relatório de VI até tal prazo, quem administra esse recurso da VI é William, marido da Edna, porque ele é contador e esse dinheiro tem que ser repassado por ela. Era isso, eu não questionei, porque afinal de contas eu era funcionária nova na Casa”, declarou Natasha.
Questionada se o recurso era utilizado para mandato, Laura Natasha afirmou que haviam gastos de gabinetes, contas para pagar, materiais de escritório, telefonia, internet, porém não tinha acesso. “Eu nunca tive acesso a que Edna gastava os recursos da VI. Quem fazia gestão desse recurso era ela e o marido dela. Eu só falava: Edna acabou caneta, ela dava um cartão do Branco do Brasil, um cartão de crédito, para um servidor e esse servidor ia lá e comprava, algumas vezes eu já fui ao mercado comprar material de higiene.”
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INÍCIO DA OITIVA
Laura Natasha expôs sua inexperiência e como foi o convite para atuar no gabinete da parlamentar.
“Eu não tinha experiencia nenhuma, quando eu entrei nessa Casa não conhecia nada. Não conhecia o Regimento Interno tanto é que estava buscando conhecer. Essa questão da VI era algo muito novo para mim, quando eu entrei nenhum momento a Edna falou para mim que eu receberia essa VI na minha conta. Ela conversou comigo, falou do salário, a princípio falou que o salário era de R$ 7 mil, porém, como eu sou servidora pública eu não recebo o valor integral, mas sim, 70% desse valor porque eu continuaria recebendo meu salário da Prefeitura e nenhum momento ela mencionou essa VI”, destacou a servidora.
Ela também expôs a falta de conhecimento ao Regimento Interno da Casa: “Quando eu fui nomeada, nos trâmites, na entrega da documentação, eles pegaram minha conta bancária, a ex-chefe de gabinete me ensinou a fazer os relatórios de VI, tanto do vereador quanto do chefe de gabinete.”
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