O prefeito de Cuiabá, Emanuel Pinheiro (MDB), cobrou das autoridades, nesta terça-feira (25.07), durante entrevista a uma Rádio da Capital, apuração mais efetiva sobre um suposto desvio de recursos na saúde em todo Estado, com um valor que pode chegar a 300 milhões, que deu origem à Operação Espelho. Além de cobrar as autoridades, ele questionou a postura, que considera seletiva em relação a essa operação - e afirmou que o tempo mostrará a verdade dos fatos.
A Operação Espelho é uma investigação conduzida pela Delegacia Especializada de Combate à Corrupção (Deccor) para apurar a possível formação de um cartel entre dois grupos privados de saúde durante a prestação de serviços de UTI (Unidade de Terapia Intensiva) durante a pandemia. O objetivo do cartel era aumentar a remuneração recebida pelo Governo do Estado de forma artificial, preenchendo os leitos de UTI de maneira fraudulenta.
A investigação iniciou em 2021 e, como parte do processo investigativo, foram bloqueados bens de diversos médicos e empresários que estavam sob suspeita de envolvimento no esquema. Os suspeitos foram acusados de colaborar na prática de preencher os leitos de UTI com pacientes que não necessitavam de cuidados intensivos, a fim de inflar o número de atendimentos e, consequentemente, aumentar os valores pagos pelo governo pelos serviços prestados.
Em uma segunda fase da investigação, deflagrada no final de abril, a Polícia Civil realizou diversas ações em diferentes cidades, incluindo Cuiabá, Alta Floresta, Peixoto de Azevedo, Várzea Grande e Sinop. Durante essa batida policial, foram cumpridas ordens judiciais e sequestrados bens, como carros de luxo e imóveis em condomínios de alto padrão, avaliados em mais de R$ 35 milhões.
Emanuel Pinheiro criticou a falta de destaque e cobertura da mídia sobre essa operação, em comparação com as denúncias contra sua gestão. Quanto às operações de investigação realizadas em sua administração, o prefeito afirmou que não teme tais ações e se disse favorável à transparência e ao trabalho dos órgãos de controle e fiscalização. Ele reforçou que não está pedindo para ignorarem as denúncias contra ele, mas que sejam imparciais e investiguem todas as situações com rigor.
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