O prefeito de Cuiabá, Emanuel Pinheiro (MDB), em entrevista à imprensa nessa segunda-feira (04.07), explicou por que solicitou a participação da Polícia Federal (PF) e do Ministério Público Federal (MPF) nas investigações da Operação Espelho, deflagrada em março deste ano pela Delegacia Especializada de Combate à Corrupção (Deccor) da Polícia Civil.
Emanuel afirmou que o pedido para a entrada da PF no caso também foi feito pelo deputado federal Emanuelzinho (MDB), pelo ex-deputado federal Valtenir Pereira (MDB), pelo deputado estadual Juca do Guaraná Filho (MDB), pelo deputado estadual Valdir Barranco (PT), pelo Movimento Comunitário de Cuiabá e por mais 15 vereadores da Câmara Municipal.
Ele ressaltou que não está desvalorizando as investigações em Mato Grosso e nem as instituições locais, pois tem grande respeito pela Deccor e pelo Ministério Público. No entanto, como há comprovação de recursos federais envolvidos na Operação Espelho, ele considera necessário que o Ministério Público Federal e a Polícia Federal também participem e conduzam suas próprias investigações no que diz respeito aos recursos federais. Segundo o prefeito, esse foi o único pedido feito.
A Operação Espelho está investigando crimes cometidos por um cartel de empresas envolvidas na prestação de serviços médicos em hospitais do Estado. Até o momento, foram bloqueados e sequestrados aproximadamente R$ 35 milhões em bens móveis e imóveis relacionados aos envolvidos no esquema de fraudes e desvio de valores promovido pelo cartel.
A Polícia Civil informou que, por ordem judicial e com o objetivo de reparar o erário, foram sequestrados 36 veículos e bloqueados mais de 20 imóveis. Entre os veículos apreendidos, há marcas de luxo como BMW, Land Rover, Porsche, Audi, Jaguar, além de camionetes e outros automóveis de alto valor de mercado.
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O inquérito da Deccor inclui trocas de mensagens interceptadas entre os empresários que fazem parte do cartel. Essas mensagens revelam que os empresários de Mato Grosso, os quais são alvo de ação penal por suposta formação de cartel para fraudar contratos na Secretaria de Saúde do Estado (SES-MT), menosprezavam a população durante a pandemia da Covid-19. Eles também utilizavam pacientes com outras enfermidades para ocupar leitos de Unidade de Terapia Intensiva (UTI) em hospitais regionais, a fim de receberem os valores acordados com o Governo do Estado.
Nas mensagens interceptadas, sem citar nomes, os empresários revelaram que uma "mulher da SES", referindo-se à Secretaria de Estado de Saúde, orientava o grupo a vencer as licitações. Essa informação foi extraída de uma conversa entre o empresário Osmar Gabriel Chemin e Luiz Gustavo Ivoglo, na qual também são mencionados o médico Renes Leão Silva e o empresário e ex-secretário de Saúde de Várzea Grande, Daoud Mohd Khamis Jaber Abdallah.
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