Em entrevista à imprensa na manhã desta segunda-feira (14.10), o deputado estadual Júlio Campos (União Brasil), destacou a importância do debate e da ampliação do seguro rural no Mato Grosso, salientando o impacto direto desse setor na economia local. O deputado argumentou que a falta de um seguro obrigatório para os produtores rurais deixa muitos vulneráveis às intempéries climáticas, o que afeta a produção agrícola e, consequentemente, a economia mato-grossense.
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Campos enfatizou que o agronegócio é a principal força geradora de empregos e renda no Estado. "Hoje, o agronegócio é o maior gerador de emprego e renda em Mato Grosso. Nós dependemos do sucesso desse setor para realizar obras e custear despesas públicas", afirmou o parlamentar.
Ele ressaltou a relevância do debate sobre o seguro rural, apontando a necessidade de estender os benefícios a um maior número de produtores. Segundo o Júlio Campos, grande parte dos produtores mato-grossenses não tem acesso a esse seguro obrigatório, o que os deixa desprotegidos frente a mudanças climáticas que afetam diretamente a produção.
Campos mencionou que parlamentares ligados à agricultura, como o senador Jayme Campos e a ex-ministra e senadora Tereza Cristina, estão engajados nesse debate no cenário federal, reforçando a necessidade de ações locais, com a participação ativa da Assembleia Legislativa do Estado de Mato Grosso.
Tramitação paralela de projetos
Ao ser questionado sobre a possibilidade de aguardar a resolução de um projeto federal relacionado ao seguro rural para então discutir o tema no âmbito estadual, o deputado foi enfático ao afirmar que ambos os processos podem ocorrer em paralelo. "Podemos fazer a discussão tanto em Brasília quanto aqui na Assembleia Estadual", disse Campos. Ele também afirmou que buscará acelerar o trâmite do projeto estadual já existente sobre o tema para que a discussão alcance a maioria dos parlamentares mato-grossenses o quanto antes.
Sobre a derrota em Várzea Grande
Outro ponto abordado nas declarações de Júlio Campos foi a recente derrota de seu grupo político nas eleições municipais de Várzea Grande, cidade onde a família Campos tem longa tradição política. Campos minimizou o impacto da derrota, afirmando que mudanças políticas fazem parte da democracia. "Ganhar e perder eleição é natural em qualquer sistema democrático", disse o deputado, ressaltando que o eleitorado de Várzea Grande optou por uma nova forma de administrar a cidade, elegendo Flávia Moretti. O deputado reconheceu que a questão do abastecimento de água em Várzea Grande, que foi amplamente explorada durante a campanha eleitoral, prejudicou o desempenho de seu grupo, mas destacou que essa alternância de poder é positiva para o fortalecimento da democracia.
Futuro da família Campos na política
Indagado sobre se a derrota em Várzea Grande seria um indicativo de que a família Campos precisaria reavaliar sua trajetória política, Júlio Campos rejeitou essa ideia, afirmando que a família continua forte e influente. "A família Campos sempre foi um sucesso. O que vocês têm que entender é que nós não fomos candidatos", declarou o parlamentar, se referindo ao fato de que nem ele, nem outros membros diretos de sua família, disputaram cargos majoritários nas últimas eleições municipais. Campos também fez questão de destacar o sucesso de seu grupo político em outras esferas, mencionando a eleição de 60 prefeitos e 300 vereadores em todo o Estado. Para ele, a derrota em Várzea Grande não representa o fim da influência da família Campos no cenário político mato-grossense.
A política como ciclo
O deputado também fez reflexões sobre a natureza cíclica da política, citando exemplos de alternância de poder tanto em Mato Grosso quanto em âmbito nacional. Ele lembrou que, em 2004, o grupo de Murilo Domingos derrotou o seu grupo político em Várzea Grande, mas que, anos depois, sua família retomou o controle da cidade. "Na política, não é porque você perdeu uma eleição que está excluído da vida pública", afirmou.
Expectativas para o futuro
Por fim, Júlio Campos deixou em aberto a possibilidade de disputar cargos majoritários nas próximas eleições, afirmando que, embora não tenha planos definidos, está à disposição do partido caso seja necessário. "Se o partido entender que eu devo disputar uma eleição majoritária, seja de senador, governador ou vice-governador, estarei pronto", concluiu.
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