O delegado Flávio Stringueta, que estava à frente da Gerência de Combate ao Crime Organizado (GCCO), perdeu o cargo por conta de um artigo que escreveu e foi publicado em primeira mão no oticias, externando sua indignação, como cidadão, com a aquisição de 400 smartphones e iphones, no valor de R$ 2,2 milhões pelo Ministério Público do Estado (MPE), para procuradores e promotores, com recursos públicos.
Stringueta manifestou, ainda, indignação ao Poder Judiciário, que por meio de uma decisão de uma magistrada, extinguiu três ações populares que tentavam suspender a compra dos celulares.
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Ele também cobrou: “Por que, nobres representantes do MPE MT, os professores não receberam equipamentos mínimos para instruírem seus filhos? Por que nenhum de vocês se insurgiu contra o poder público para exigir algo parecido para a instrução dos seus filhos e dos demais estudantes do nosso estado? Vocês acham que foram, e são, éticos?”
“Virou notícia, e vergonha, nacional. O que se esperaria dos promotores, ou seus líderes, ou do inconsequente idealizador desse absurdo? Que não tivessem feito. E, como já tinham feito, que pedissem desculpas à sociedade pelo erro e sumissem de cena”, disse no texto.
Por conta do artigo publicado por ele, sem falar em nome da instituição, o delegado Flávio Stringueta perdeu a função e, consequentemente, terá redução em seu salário.
Hoje (02.03), o delegado foi chamado pela Diretoria Geral da Polícia Civil e comunicado sobre os motivos que o levaram a perder a função de chefia. Segundo argumentou a diretoria, o artigo pode abalar a relação entre as instituições, e que mesmo sem ter tido ainda nenhuma reação formal das instituições alvos de críticas, a diretoria achou por bem se antecipar, para “evitar constrangimentos”. Stringueta irá assumir uma função, mas ainda não está definida qual, na Diretoria Geral.
Questionado pela reportagem do oticias sobre a perda do cargo, o delegado confirmou a saída da GCCO e disse que a Diretoria Geral da Polícia tem seus motivos, mas que continua fiel à instituição e a diretoria. Ele disse que entende o peso de suas críticas – e segue sua vida profissional sem ressentimentos.
A reportagem entrou em contato com o delegado-geral, Mário Demerval, para saber a motivação da exoneração da função, mas até o fechamento da matéria não houve retorno.
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