O presidente da Câmara, deputado Eduardo Cunha (PMDB-RJ), negou na noite desta segunda-feira (28), por meio de sua conta no Twitter, ter recebido “qualquer valor de quem quer seja” referente às denúncias veiculadas pela imprensa. Cunha não especificou a qual denúncia se referia.
Nesta segunda-feira (28), Cunha foi citado como um dos investigados em processo na Comissão de Valores Mobiliários (CVM) que apura supostas irregularidades em negócios realizados pela Prece Previdência Complementar. Na sexta, João Augusto Rezende Henriques, suposto operador do PMDB no esquema de corrupção na Petrobras, afirmou ter feito transferência ao exterior para uma conta de Cunha.
“Quero desmentir com veemência ter recebido qualquer valor de quem quer que seja referente às denúncias vinculadas [sic]. Desconheco teor de depoiementos e meu adv Antônio Fernando de Souza cuidará de responder na medida que conheça o conteudo”, publicou Cunha.
O parlamentar também informou que não comentará qualquer detalhe por conta de orientação expressa de seu advogado. “Nao estou comentando qualquer detalhe,ainda mais conteúdo que não tive acesso. Mas não poderia deixar de desmentir as insinuações de recebimento de qq vantagem. De quem quer que seja”, completou.
No caso da CVM, segundo reportagem da "Folha de S.Paulo", Cunha é investigado pela comissão em razão de suposto lucro indevido de R$ 900 mil em operações realizadas entre 2003 e 2006 com fundos de investimento movimentados pela Prece, o fundo de previdência dos funcionários da Companhia Estadual de Águas e Esgotos (Cedae), do Rio de Janeiro.
Em agosto, o procurador-geral da República, Rodrigo Janot, apresentou ao Supremo Tribunal Federal (STF) denúncia contra Cunha por suposto envolvimento no esquema de corrupção na Petrobras investigado pela Operação Lava Jato.
Na denúncia, de 85 páginas, o procurador-geral pede a condenação de Cunha, acusado dos crimes de corrupção passiva e lavagem de dinheiro. O presidente da Câmara é apontado como receptor de propina oriunda de contratos da Petrobras com fornecedores da estatal. O deputado sempre negou ter recebido o dinheiro. Ainda cabe ao STF decidir se aceita ou não a denúncia.
Segundo investigadores da Lava Jato, o lobista Fernando Soares, o Fernando Baiano, confirmou em depoimento de delação premiada que Cunha (PMDB-RJ) recebeu propina de pelo menos US$ 5 milhões por contratos de aluguel de navios-sonda pela Petrobras.
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