O deputado estadual Gilberto Cattani (PL), em entrevista à imprensa na manhã desta quarta-feira (26.03), voltou a comentar a reação do governador Mauro Mendes (União) após ser contrariado por dois parlamentares da Assembleia Legislativa. Segundo Cattani, o governador estaria tentando expropriar terras de produtores rurais para destiná-las ao Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST). O deputado destacou que, ao ser contestado quanto a essa ação, Mendes passou a chamar os parlamentares de "marginais".
No último final de semana, a deputada Janaina Riva (MDB) gravou um vídeo em que fez duras críticas ao posicionamento do governador em relação à possibilidade de expropriação de terras em casos de desmatamento ilegal. A parlamentar também manifestou preocupação com o comportamento de Mendes diante de críticas. Riva declarou que o governador tem adotado um tom autoritário e ofensivo contra aqueles que divergem de suas opiniões.
Sobre a declaração da colega de Parlamento, Cattani afirmou que discorda da deputada, pois, em sua visão, Mendes não apenas se irrita “um pouco”, mas se exalta de forma significativa. “Inclusive, agredindo e chamando de marginais membros desta Casa, que não o são — no caso, eu. Contestamos essa medida em vídeos, pois é nosso dever como parlamentares. Mauro Mendes respondeu com ameaças pessoais, levando a questão para o campo pessoal. Ele errou, não deu explicações sobre o que está acontecendo, até porque não há justificativa para isso, e nós seguiremos cobrando”, declarou Cattani.
A respeito da declaração do governador, que afirmou que apenas 2% dos produtores cometem crimes ambientais, o deputado reconheceu que o desmatamento ilegal é crime e deve ser punido conforme a legislação.
No entanto, Cattani explicou que gravou um vídeo em seu perfil no Instagram, no qual apresenta um gráfico e aponta que mais de 90% dos produtores em Mato Grosso são autuados por crimes ambientais. “E quem decide quem desmatou ou queimou ilegalmente — porque a peça também fala de queimadas — é uma única pessoa com uma caderneta na mão. E não podemos aceitar isso”, concluiu.
No dia 13 de março, o Governo de Mato Grosso enviou ao Supremo Tribunal Federal (STF) uma manifestação na Arguição de Descumprimento de Preceito Fundamental (ADPF) n.º 743, defendendo que propriedades rurais onde for constatado desmatamento ilegal possam ser expropriadas sem indenização.
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