O presidente do Conselho Regional de Medicina de Mato Grosso (CRM-MT), Diogo Leite Sampaio, acusa o vereador de Várzea Grande, Kleberton Feitoza (PSB), de adotar abordagens agressivas contra profissionais da saúde do sexo feminino nas unidades de atendimento, evidenciando um padrão de conduta que, segundo ele, sugere "machismo estrutural e abuso de autoridade direcionado a servidoras do setor da saúde". A acusação consta da denúncia protocolada na Câmara Municipal, na qual se pede a cassação do mandato do parlamentar.
Segundo Diogo, o vereador não se limita a realizar questionamentos técnicos ou buscar soluções para os problemas da rede pública. Em vez disso, utiliza sua posição de poder para confrontar, pressionar e humilhar publicamente as profissionais da saúde, desconsiderando completamente o respeito que deve nortear qualquer ação fiscalizatória legítima.
O médico destacou ainda que, em suas condutas arbitrárias, Feitoza está sempre acompanhado de outros dois homens. De acordo com o presidente do CRM, a presença deles reforça a intimidação física exercida sobre as profissionais mulheres.
“A postura conjunta desse grupo cria um ambiente de insegurança, no qual servidoras públicas se veem expostas a abordagens truculentas e ameaçadoras, sem qualquer respaldo para reagir ou denunciar a situação, sob o risco de sofrerem retaliações. Esse padrão de conduta não apenas fere a dignidade das trabalhadoras, mas também compromete o funcionamento das unidades de saúde, ao gerar medo e constrangimento, desviando as profissionais de suas funções essenciais e prejudicando o atendimento à população”, destaca trecho do documento.
Conforme o presidente do CRM, a atuação de Kleberton Feitoza durante os supostos atos de fiscalização tem prejudicado a rotina dos estabelecimentos de saúde, evidenciando um padrão de conduta irresponsável e populista, “em que fiscalizações teatrais e vexatórias são utilizadas como instrumento de exposição pública, sem qualquer compromisso real com a melhoria dos serviços de saúde”.
Ainda segundo ele, esse tipo de postura desorganiza o funcionamento das unidades, compromete o atendimento à população — que já enfrenta dificuldades para realizar consultas e exames —, desrespeita os profissionais da saúde e expõe pacientes a riscos desnecessários, atrasando procedimentos essenciais e criando situações de estresse e vulnerabilidade.
“Diante dos fatos relatados, é evidente que o vereador Kleberton Feitoza violou os princípios do decoro parlamentar, demonstrando total desrespeito às normas e aos profissionais da saúde. Suas ações configuram grave abuso de poder e justificam a representação por quebra de decoro parlamentar. A postura sensacionalista e ilegal do réu, longe de representar o legítimo exercício da função parlamentar, tem gerado pânico na população, insegurança nas unidades de saúde e comprometimento dos serviços médicos prestados à comunidade”, afirma outro trecho do documento.
Ao final, Diogo requer a formação de uma Comissão Processante na Câmara Municipal para apuração dos fatos. No mérito, solicita a cassação do mandato do vereador Kleberton Feitoza, em razão de conduta atentatória à moralidade pública, ao decoro parlamentar e ao respeito às instituições públicas.
Outro Lado
A reportagem do entrou em contato com o vereador Kleberton Feitoza para falar sobre a nova denúncia do CRM-MT. Contudo, até o fechamento da matéria, ele não respondeu à reportagem.
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