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Política Sexta-feira, 09 de Fevereiro de 2018, 15:07 - A | A

Sexta-feira, 09 de Fevereiro de 2018, 15h:07 - A | A

depoimento

Cabo diz que foi “recrutado” para auxiliar na montagem do sistema de grampos

Lucione Nazareth/ VG Notícias

Chico Ferreira

 

O juiz Murilo Mesquita, da 11ª Vara Criminal da Justiça Militar de Cuiabá, retomou agora a tarde os depoimentos das testemunhas na ação penal contra os policiais militares acusados de integrar o esquema ilegal de grampos telefônicos em Mato Grosso, popular “barriga de aluguel”.

A primeira a ser ouvida é a terceiro sargento Andréia Cardoso. Ela foi uma das pessoas responsáveis por realizar as transcrições das interceptações telefônicas na central montada pelo suposto grupo de militares, em uma sala comercial que funcionava próximo ao Museu da Caixa D'Água Velha, Centro de Cuiabá.

Em seu depoimento, ela disse que em setembro de 2015 o coronel Airton Siqueira, na época chefe da Casa Militar e com quem trabalhou no Ciopaer, a chamou para trabalhar no serviço de inteligência da Polícia Militar. Na época, ela contou que foi orientada pelo coronel Zaqueu Barbosa a procurar o cabo Gerson Corrêa Junior que iria lhe repassar as suas funções.

De acordo com a sargento, em primeiro momento ela trabalhou sozinha na Central de escutas realizando a transcrições das conversas interceptadas, mas que com o aumento da demanda um outro policial, identificado como Cleiton Dorileo foi chamado para ajudá-la.

Ela contou que era o cabo Gerson quem lhe passava a relação de números que seriam interceptados e transcritos, lhe dizendo quem eram alvos de ações judiciais, e que em um determinado momento passou fazer transcrições de sua casa, utilizando um computador pessoal, e que isso foi possível por meio de um aplicativo instalado no aparelho pelo cabo Euclides Torezan.

Andreia afirmou que jamais desconfiou que as escutas eram ilegais, e que quando descobriu pela imprensa do esquema, tentou esclarecer o caso procurando a Corregedoria da PM, e que inclusive levou o computador pessoal que usou sem conhecimento de alguns membros do Comando da Polícia.

O segundo a prestar depoimento foi o cabo Euclides Torezan. Ele disse que até final de 2014 atuava no Grupo de Atuação Especial Contra o Crime Organizado (Gaeco) quando foi chamado pelo coronel Evandro Lesco, para compor um serviço de inteligência coordenado pelo cabo Gerson Corrêa.

O cabo declarou que trabalhou na montagem e implantação do sistema de interceptações telefônicas instalado na sala comercial no Centro de Cuiabá. O cabo participou do trabalho junto com a empresa Simples IP, contratada pelo cabo Gérson para desenvolver o Sentinela e dar apoio operacional ao escritório dos grampos.

Torezan afirmou que quando a sargento Andreia foi até a Corregedoria prestar esclarecimentos, um subtenente de nome Santos, enviado pelo coronel Ronelson Jorge de Barros, disse que ele tinha sido citado por Andréia e que deveria procurar o cabo Gerson para “combinar” suas versões. Segundo ele, a intenção era que o sistema utilizado para interceptações não poderia ser divulgado à Corregedoria.

No depoimento ele garante que ajudou criar um sistema de inteligência que funcionava apenas com números que tinham autorização judicial, e disse desconhecer atos ilegais para a concessão de autorizações judiciais nas escutas.

Atualizada às 16h30 - O cabo Cleiton Dorileo disse em depoimento que foi para central de escutas próximo ao museu da Caixa D'água designado pelo comandante-geral da PM, Zaqueu Barbosa. Ele disse que as ordens eram para trabalhar com objetivo de “limpar a polícia” realizando transcrições de interceptações telefônicas contra policiais suspeitos de participação em crimes.

Dorileo garantiu que ficou cerca de 10 meses ouvindo as conversas telefônicas de policiais que cometiam infrações, e de conversas interceptadas de dentro de presídios, a maioria ligada ao tráfico de drogas, mas afirmou que jamais ouviu conversas de políticos, jornalistas, advogados ou autoridades policiais. Mais informações em instantes

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