Por ordem do juiz federal Sérgio Moro, o Banco Central bloqueou R$ 35,5 milhões de contas do publicitário João Santana, da mulher dele, Mônica Moura, do lobista Zwi Scornicki e da Polis Propaganda, empresa do marqueteiro do PT.
O bloqueio foi confirmado por meio de ofício enviado ao magistrado responsável pelos processos da Lava Jato na primeira instância. Procurado, o Banco Central informou que "não divulga informações sobre o cumprimento de ordens judiciais de bloqueio ou desbloqueio de ativos de investigados, em razão do sigilo legal que preserva os dados bancários e o direito à intimidade."
No despacho, Moro havia autorizado o bloqueio de até R$ 25 milhões de cada uma das contas bancárias dos suspeitos. O dinheiro bloqueado estava depositado em contas bancárias que eles mantinham no Bradesco, no Itaú e no Banco Pactual.
De João Santana, o Banco Central informou ter bloqueado R$ 2,7 milhões no Bradesco e no Itaú. A autoridade monetária também congelou R$ 28 milhões de Mônica no Bradesco e no Itaú.
Outros R$ 400 mil foram bloqueados da Polis Propaganda. Por fim, comunicou o Banco Central, foram bloqueados R$ 4,4 milhões de Scornicki, engenheiro que trabalhou na Petrobras e, segundo o ex-gerente da estatal Pedro Barusco, se tornou operador de propinas.
João Santana e Mônica Moura foram presos na última terça-feira (23) na 23ª fase da Operação Lava Jato. O casal é suspeito de receber US$ 7,5 milhões desviado da Petrobras em uma conta não declarada no exterior. A prisão temporária deles, inicialmente de cinco dias, foi prorrogada por Moro por mais cinco dias na sexta-feira (26).
O marqueteiro atuou nas campanhas da presidente Dilma Rousseff (2010 e 2014) e na campanha à reeleição do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, em 2006.
Os investigadores suspeitam que o dinheiro recebido por João Santana em contas bancárias no exterior foi pagamento por serviços eleitorais prestados ao PT.
Segundo relatório da Polícia Federal, João Santana e a esposa ocultaram das autoridades os recursos recebidos no exterior porque tinham conhecimento da "origem espúria" do dinheiro.
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