O deputado federal, Coronel Assis (União-MT), em entrevista ao nesta segunda-feira (10.07), reconheceu o avanço das organizações criminosas no Brasil, resultando em intensa rixa entre facções criminosas pela disputa do controle do tráfico de drogas em Mato Grosso.
Assis ressaltou que, apesar de considerar a segurança pública no Estado aceitável, é inegável o avanço das organizações criminosas no país, e Mato Grosso sofre os impactos desse cenário. Ele chegou a mencionar a situação irônica em que "ladrão que rouba ladrão", mas lamentou que essa seja a realidade atual. “A Segurança Pública no Estado de Mato Grosso não é uma segurança pública ruim. Temos números aceitáveis. Entendo que é inegável o avanço das organizações criminosas no Brasil todo, e claro, que Mato Grosso sofre esses efeitos. E parece até brincadeira, ladrão que rouba ladrão né, mas infelizmente é o que está posto hoje”, declarou o deputado.
A rixa entre as facções veio à tona recentemente em uma ocorrência atendida pela Polícia Civil no município de Pedra Preta. Integrantes do Comando Vermelho de Rondonópolis "roubaram" uma carga de drogas da facção rival "Primeiro Comando da Capital (PCC)", originária do Estado de São Paulo. Esse incidente expôs a fragilidade dos presídios e da segurança pública em Mato Grosso. Leia matéria relacionada: Presídio de MT expõe falta de segurança diante da apreensão de drogas e rivalidade entre facções criminosas
O deputado, que já ocupou o cargo de comandante-geral da Polícia Militar de Mato Grosso (PMMT), afirmou que essa prática criminosa provavelmente ocorreu várias vezes, especialmente devido à extensa fronteira do Estado com países vizinhos, sendo um importante entreposto do tráfico internacional de drogas, principalmente cocaína e pasta base de cocaína. A disputa por esses territórios entre as organizações criminosas é inevitável.
“Eu acredito que deve ser uma prática recente, já deve ter acontecido várias e várias vezes, principalmente por Mato Grosso ser um Estado que faz fronteira com país vizinho, que é um dos grandes entrepostos da droga mundial, principalmente cloridrato cocaína, pasta base de cocaína e naturalmente a disputa por esses territórios entre as organizações criminosas ele iria acontecer ou está acontecendo”, destacou Assis.
Coronel Assis destacou que o combate ao crime organizado também depende de mudanças na legislação. Para ele, ao entendimento garantista acabam influenciando a promoção de um estado de impunidade. "O Estado brasileiro precisa realizar uma grande reformulação em seu arcabouço penal, código penal, processo penal e lei de execuções penais. Não é possível imaginar um combate efetivo a essas organizações sem um posicionamento forte do Estado para promover punições que façam com que os criminosos temam cometer crimes. Infelizmente, se não agirmos dessa forma, estaremos apenas tratando os sintomas. A impunidade é, atualmente, o maior mal que aflige os brasileiros", enfatizou o deputado.
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