O secretário estadual de Educação, Alan Porto, afirmou em entrevista à imprensa nessa terça-feira (14.02), que a nova direção da Escola Estadual Adalgisa de Barros em Várzea Grande, está dialogando com a comunidade escolar sobre a militarização da unidade.
Ele reiterou que quem decide é a comunidade e argumentou que a diretora designada pela Seduc, Valderice, recebeu diversos pais que são favoráveis e outros contrários. Conforme o secretário, a diretora está na escola para "pacificar o ambiente", "diminuir a tensão" e ouvir os professores.
“Estamos conversando com a comunidade. Eu falei aqui, que escolas militares tem poucas mudanças nela, porque o currículo da escola permanece o mesmo, os professores da Educação é o mesmo, o recurso que vai para aquela escola é o mesmo. Então, a diretora Valderice está fazendo um trabalho de excelência, conversando com a comunidade, conversando com o grêmio estudantil, orientando e explicando como funciona. Se for o desejo dos estudantes e dos pais ou responsáveis de colocar aquela unidade militar, isso vai ser feito”, declarou o secretário.
Segundo Alan Porto, só a comunidade escolar irá decidir se ainda é possível implantar a gestão militarizada em 2023, considerando que o ano letivo já começou.
“Vamos escutar os profissionais, os responsáveis e os estudantes. Vamos consultar a comunidade porque é eles quem decide. Se eles desejarem que a unidade tem que ser transformada, será transformada! Se desejar que não seja, ela não será transformada”, declarou o secretário.
Questionado porque a Seduc não escolhe outra unidade do município, considerando que a resistência de alguns pais da Adalgisa de Barros, Alan afirmou que o “não” será da comunidade escolar, caso aconteça, a Seduc seguirá para outras unidades dentro das políticas públicas.
Contudo, o secretário foi questionado pelo deputado Lúdio sobre a falta de índice de violência na escola e argumentou que a audiência foi conduzida por um locutor de rodeio, que não pertencia à comunidade escolar. O deputado também destacou que a Seduc não respeitou a própria lei de transformação, considerando que o desejo pelo modelo escolar deveria nascer da comunidade.
"Tem que respeitar a lei, a vontade, o desejo tem que nascer da comunidade. A Lei 11.277 é muito clara em seu artigo 5º que a iniciativa de transformação tem que nascer da comunidade escolar", destacou Ludio.
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ESCOLA ADALGISA DE BARROS - Durante a audiência pública, o secretário estadual de Educação, Alan Porto, expôs as condições encontradas na escola estadual Adalgisa de Barros. Segundo o secretário, a nova diretora atribuída pela Seduc, Valderice encontrou grande quantidade de lixo na unidade e diversos problemas de gestão.
“Não tinha limpeza adequada, chromebooks que estavam encaixotados, que poderiam servir para atendimento dos nossos estudantes. Tínhamos na unidade escolar livros, materiais didáticos, que poderiam entregar para os nossos estudantes e não entregues, tínhamos uniformes que não foram entregues, parece que era uma prática da escola vender o uniforme, esse uniforme não era para vender, o uniforme é gratuito”, destacou.
Porto expôs ainda situações mais graves como falta de manutenção dos banheiros, filtros de água vencidos - usado para consumo dos estudantes. “Encontramos 13 ar-condicionado novos encaixotados, uma infraestrutura que não corresponde como a Educação precisa. Tinha R$ 90 mil em conta, que a escola poderia tomar providência de pintar. Tinha inclusive filtros de água que não eram trocados. Foi verificado pela gestão escolar que aqueles filtros estavam todos vencidos, imagina água de consumo para estes estudantes”, apontou o secretário.
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