O senador Aécio Neves (PSDB-MG) garantiu nesta quinta-feira (23.05) que, se seu partido chegar ao poder em 2014, não mexerá no Bolsa Família. "Ele vai ser mantido, mas eu não quero que a herança de um pai para seu filho seja um cartão do Bolsa Família, aí entra a nossa visão de qualificar as pessoas para que possam se requalificar no mercado de trabalho", disse o senador, antes de participar do Programa do Ratinho.
O senador e recém-eleito presidente do PSDB disse que o recente boato sobre o fim do Bolsa Família, que levou milhares a agência da Caixa Econômica Federal, mostra a importância do programa. Aproveitando o mote do Programa do Ratinho, o pré-candidato do PSDB à Presidência da República em 2014 provocou o PT:
"O Ratinho tem como uma das marcas do seu programa checar o DNA. Se encontrássemos uma fórmula de achar o DNA dos programas sociais, estaria lá, FHC, PSDB. O DNA do Bolsa Família é do PSDB. O Bolsa Família é a unificação do Bolsa-Alimentação, do Bolsa-Escola, do Vale-Gás, criados no ano de 2001 no governo do presidente Fernando Henrique".
Durante o programa, no quadro "Dois dedos de prosa", Aécio voltou a tocar no assunto, destacando que o ex-presidente Lula teve a virtude de "juntar e ampliar" os programas sociais. Destacando que a educação, a saúde e a segurança vão mal, Aécio reconheceu que "esse ciclo do PT foi importante, mas já deu". Sem responder diretamente se queria ser candidato à Presidência, Aécio disse que tem "muita vontade de fazer algo diferente do que está aí, algo mais ético, mais eficiente, que resgate a vontade das pessoas de sonhar".
"Ouvir as pessoas" - No início da entrevista, Ratinho destacou que ele e Aécio foram deputados federais no mesmo período e eram vizinhos de gabinete. Questionado sobre as caravanas que pretende realizar pelo Brasil, Aécio disse que pretende "ouvir mais as pessoas". "Gosto do que eu faço, Ratinho, eu gosto de política. A gente vê muitos candidatos falando que não são políticos. Eu sou politico, me orgulho muito de onde eu vim. É uma das mais dignas atividades", defendeu o senador.
Questionado se o Brasil está bem, Aécio disse que não, e que só "a propaganda oficial do Brasil está bem". "O PT perdeu a capadidade de sonhar, de transformar o Brasil. Essa base maluca que não serve para nada e não consegue votar as reformas de que o Brasil precisa", criticou, em referência à ampla, mas desunida, base do governo no Congresso Nacional. "Só se faz no Congresso Nacional hoje o que o governo federal quer", criticou.
Maioridade - Aécio ainda defendeu o projeto apresentado pelo governador de São Paulo, Geraldo Alckmin, que amplia de três para oitos anos o período de de detenção para menores de 18 anos que cometerem crimes graves. O senador aproveitou o programa para antecipar projeto que pretende apresentar na terça-feira. O projeto propõe triplicar a pena e tirar qualquer atenuane de um criminoso adulto que utilizar um jovem para cometer crime.
Na parte mais leve da entrevista, Aécio disse que gosta de escutar Fagner, de comida mineira. Quando questionado por Ratinho sobre o que lhe tira do sério, o senador disse ter muita paciência, mas que não gosta de mentira. O presidenciável destacou ainda sua relação com o avô Tandredo Neves. "Ele dizia que tinha muito mais alegria, mais satisfação, quando fazia um bom acordo em nome do interesse comum do que uma vitória sobre o adversário", lembrou.
Candidatos - Questionado sobre se o ex-governador José Serra vai apoiá-lo no caso de sua candidatura ser confirmada, Aécio disse que "o PSDB tem a obrigação de apresentar um projeto diferente desse". "Sabemos que se não estivermos unidos, não vai dar. O Serra é um homem de partido. Ele vai apoiar o candidato do PSDB", garantiu.
Aécio ainda defendeu as candidaturas de Marina Silva e de Eduardo Campos. "O governo da Dilma quer ganhar de WO", diss Aécio, comentando que o governo está "apertando o torniquete" em Campos e tentando barrar o partido de Marina . "Vamos para o jogo, cada um apresenta sua proposta", disse.
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