Um acordo entre o ministro de Relações Institucionais, Alexandre Padilha e o presidente da Câmara, deputado federal Arthur Lira (PP-AL), sobre a distribuição de verbas oriundas do orçamento secreto, deixou os senadores fora da divisão. A informação é do ministro da Agricultura e Pecuária, Carlos Fávaro (PSD/MT), em entrevista coletiva concedida nesta segunda (07.08), ao esclarecer controvérsia relacionada à alocação orçamentária.
Ele destacou que o Ministério da Agricultura possui um orçamento destinado a investimentos em programas de desenvolvimento agropecuário, estimado em R$ 416 bilhões para o ano de 2023. O ministro enfatizou que esses investimentos frequentemente contam com a participação de parlamentares que indicam projetos relevantes para seus respectivos Estados.
Contudo, ele mencionou uma ligação que recebeu do ministro Alexandre Padilha, informando que os R$ 416 milhões deveriam ser direcionados aos parlamentares da Câmara dos Deputados, para cumprir o acordo firmado com Arthur Lira.
“Estava fazendo uma programação de liberar cem milhões de reais para o estado da Bahia, já está pronto aprovado, quando recebi uma ligação do ministro Alexandre Padilha, dizendo que estes R$ 416 milhões de reais seriam destinados aos parlamentares da Câmara dos Deputados, portanto, que não era para ser utilizado”, disse Fávaro.
Fávaro enfatizou que, agindo dentro das prerrogativas orçamentárias e sem infringir a lei, ele revisou o orçamento do Ministério e realocou os recursos de acordo com as indicações feitas. Ele reiterou que não deixará nenhum parlamentar sem alocar recursos para suas indicações. No entanto, ele esclareceu que os recursos são exclusivamente destinados aos deputados federais, não podendo atender senadores ou entidades administrativas de classe.
“Revisei o orçamento do Ministério, e compus os cem milhões, tirei, cortei daqui do outro lado, ficou à disposição então do ministro Alexandre Padilha, R$ 416 milhões de reais, que é o compromisso dele com os parlamentares da Câmara e eles vão usar todos os R$ 416 milhões de reais. Não vai ficar parlamentar sem fazer a sua indicação nenhuma. Agora, é importante dizer que não tem um real que possa atender um senador, porque estão cem por cento destinados para Câmara dos Deputados. E também não dá para atender nenhuma entidade administrativa de classe, como eu atendi os produtores de algodão de Mato Grosso, como posso atender os de cana-de-açúcar de São Paulo ou os da Bahia, por quê? Os R$ 416 milhões, pelo acordo entre Padilha e Arthur Lira, é cem por cento para os deputados federais e assim o será feito”, concluiu.
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