O deputado Luis Miranda em depoimento à CPI confirmou que o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) sabia sobre o esquema da Covaxin. Ele ainda apontou o líder do Governo da Câmara dos Deputados, Ricardo Barros (PP-PR), como um dos envolvidos na pressão para liberar a compra da vacina indiana.
“Eu não me sinto pressionado para falar, eu queria ter dito desde o primeiro momento. Mas é porque vocês não sabem o que eu vou passar. Apontar um presidente da República, que todo mundo defende como uma pessoa correta, honesta, que sabe que tem algo errado. Ele sabe o nome, sabe quem é, ele não faz nada por medo da pressão que ele pode levar do outro lado. Que presidente é esse que tem medo da pressão de quem tá fazendo o errado?”, disse Miranda.
Citado nas declarações de Luis Miranda, Barros usou sua conta no Twitter para negar as acusações: “Não participei de nenhuma negociação em relação à compra das vacinas Covaxin. “Não sou esse parlamentar citado. A investigação provará isso. Também não é verdade que eu tenha indicado a servidora Regina Célia como informou o senador Randolfe. Não tenho relação com esses fatos”, postou.
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Contudo, nos comentários, os internautas recuperaram no Diário Oficial da União (DOU) a nomeação de Regina Célia, ocorrida em fevereiro de 2018, em portaria assinada por Barros, que ocupava o cargo de ministro da Saúde à época.
As declarações foram feitas após uma série de questionamentos feitos pelos senadores Alessandro Vieira (Cidadania-SE) e Simone Tebet (MDB-MS).
A suspeita sobre a compra da vacina indiana no valor de R$ 1,6 bilhão com preço 1000% maior do que o anunciado pela própria fabricante há seis meses foi exposta pela CPI da Covid no Senado Federal.
A CPI, convocou o servidor Luis Ricardo Miranda (chefe de importação do Departamento de Logística em Saúde do Ministério da Saúde) e o irmão dele, o deputado Luis Miranda (DEM-DF) que confirmou ter levado pessoalmente ao presidente Jair Bolsonaro, em 20 de março, informações sobre problemas relacionados à compra da vacina, inclusive com documentos. Eles denunciaram irregularidades no contrato da vacina indiana Covaxin e “pressão atípica” para a liberação do imunizante.
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