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Penal Terça-feira, 15 de Outubro de 2024, 09:32 - A | A

Terça-feira, 15 de Outubro de 2024, 09h:32 - A | A

DEPOIMENTO emocionado

"Só não morri porque a bala acabou, se não, estava morta", diz sobrevivente de chacina em Sinop

Sobrevivente da chacina em Sinop, Raquel Gomes de Almeida viu a filha e o marido serem assassinados

Lucione Nazareth/VGNJur

Sobrevivente da chacina que ocorreu em fevereiro de 2023 no município de Sinop, a 503 km de Cuiabá, Raquel Gomes de Almeida revelou que só não morreu porque as balas das armas de Edgar Ricardo de Oliveira e Ezequias Souza Ribeiro acabaram e que a intenção deles era matar todos que estavam no bar. “Só não morri porque a bala acabou, se não, estava morta”. A declaração ocorreu durante julgamento de Edgar Ricardo nesta terça-feira (15.10).

Raquel, esposa de Getúlio Rodrigues Frazão, uma das vítimas da chacina, relatou que dois dias antes do crime, 19 de fevereiro, o marido perdeu uma partida de sinuca para Edgar, na qual foi apostada uma certa quantia em dinheiro [valor não revelado]. Conforme ela, na ocasião o acusado debochou de Getúlio, e eles então resolveram marcar uma “revanche” que aconteceu no dia 21 de fevereiro – dia do crime.

A testemunha contou que, no dia em questão, Getúlio jogou sinuca com Edgar no período da manhã, sendo que desta vez o esposo ganhou do acusado. No depoimento, ela chegou a citar o valor de aproximadamente R$ 2 mil que o companheiro teria ganhado do réu, e que, na sequência, saiu com a filha Larissa de Almeida Frazão (que também foi morta no crime) para uma sorveteria, e quando voltou, eles continuaram a jogar sinuca.  

Raquel afirmou que o crime foi cometido pelo fato de Edgar e Ezequias Souza não saberem perder no jogo. Segundo ela, eles poderiam no dia ter levado todo o dinheiro e outros pertences da vítima, contudo, queriam se vingar de todos.  

“O Ezequias colocou todo mundo na parede, e o Edgar foi pegar a arma no carro, e quando voltou atirou em todo mundo. O Edgar começou a disparar e outro também”, relatou emocionada.

Ela contou, emocionada, sobre as últimas palavras da filha. “Eu disse para ela: Larissa não vai. Não, mãe, eu não posso ficar aqui [falou a filha]. Aí ela saiu correndo. Logo em seguida, eu iria correr, mas ele [Ezequias] mandou eu ficar no chão. Eu pensei que iria morrer e ela [Larissa] ficaria sozinha, porque saiu correndo”, disse chorando.  

Sobre a filha Larissa, a mãe, emocionada, declarou que era uma menina alegre: “Era tudo para mim”.

A todo momento do depoimento, Raquel reafirmou por diversas vezes que não houve qualquer desavença durante a partida de sinuca, e que muito menos alguém debochou dos atiradores. “Todo mundo morreu quieto, sem falar nada”. 

“Eu só quero dizer que ele fique preso. Que ele pague pelo que fez. Ela [Larissa] não vai mais voltar, mas só dele estar preso já é um alívio”, finalizou.

Leia Mais - Tribunal do Júri julga autor de chacina em bar que matou sete pessoas em MT; acompanhe

 

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