O juiz da 7ª Vara Criminal de Cuiabá, Jean Garcia de Freitas Bezerra, condenou a mulher trans Roberta Pereira de Lima, conhecido como “Madame Satã”, por ser membro de uma organização criminosa e de ter participado do espancamento de dois jovens no município de Juína, a 737 km de Cuiabá. A decisão é dessa quinta-feira (23.05).
Consta da decisão, que Roberta Pereira foi condenada a 18 anos, 03 meses e 27 dias de reclusão. Além dela, outras quatro pessoas foram condenadas: Alex da Silva Costa e Alisson Rodrigues da Costa, ambos a 16 anos, 08 meses e 11 dias; assim como Gustavo Alves Gomes e Mário Henrique de Lima, sentenciados a 12 anos, 01 mês e 12 dias (cada um deles).
“No caso em espeque, a ordem pública foi sobremaneira abalada, mormente em razão da gravidade concreta dos delitos praticados por integrantes da organização criminosa Comando Vermelho, os quais movimentam o tráfico de drogas no município de Juína, ocultam e transportam armas de fogo e perpetram violentas torturas no interesse da facção, inclusive para manter sua hegemonia e retaliar as ORCRIMs rivais”, diz trecho da decisão do Jean Garcia ao estabelecer que as penas terão que ser cumpridas em regime fechado.
A Denúncia
De acordo com denúncia do Ministério Público Estadual (MPE), a partir do primeiro semestre de 2023, na cidade de Juína, os denunciados integraram/promoveram organização criminosa, com emprego de arma de fogo, estruturalmente ordenada e caracterizada pela divisão de tarefas entre si, ocultam e transportam armas de fogo e perpetram violentas torturas no interesse da facção, inclusive para manter sua hegemonia e retaliar facções rivais.
A denúncia cita que Roberta Pereira era a pessoa responsável pela identificação e localização dos membros de facções rivais, para posterior tortura ou execução deles. Já os demais denunciados tinham a função de “disciplina (responsáveis pela aplicação de punições – salves ou decretos – contra rivais ou devedores da facção)”.
Conforme o MPE, no dia 17 de março de 2023, próximo à MT-170, após o Aeroporto Municipal de Juína, o grupo sequestrou Jeferson Marcelo Correia Ferreira e Malco Ferreira da Costa, com emprego de violência e grave ameaça, com o fim de obter informação, declaração ou confissão acerca do paradeiro de membros do PCC.
Na ocasião Jefferson e Malco foram amarrados em uma árvore e espancados com golpes de capacete e pedaço de madeira em várias partes do corpo, sendo uma delas a cabeça.
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