Dois alvos da Operação Ragnatela, que investiga esquema de "lavagem de dinheiro" para o Comando Vermelho, tentaram articular uma reunião com o governador de Mato Grosso, Mauro Mendes (União), com intenção de beneficiar a organização criminosa.
A informação consta do inquérito policial da Operação Ragnatela, deflagrada pela Força Integrada de Combate ao Crime Organizado de Mato Grosso (Ficco).
Conforme a Polícia Federal, durante as interceptações telefônicas o promotor de eventos Elzyo Jardel Xavier Pires, teria afirmado que iria buscar interlocutores, entre eles um deputado estadual, para conversar com o governador Mauro Mendes sobre a possibilidade de remover uma promotora de Justiça de Cuiabá.
A promotora estaria promovendo ações de combate à poluição sonora na Capital, atrapalhando a realização de eventos da organização na cidade.
Nas gravações, Jardel afirmou que a promotora atuava em Várzea Grande, mas que foi retirada das suas funções e transferida para Cuiabá.
“Ela não tem o que fazer, cria, ela odeia festa, odeia, infernizar tudo. Aí tipo assim, nós temos festa grande em tal lugar, ela já manda ofício pra prefeitura, pros bombeiros, pra polícia, pra fiscalizar, você entendeu?”, sic declarou de Jardel para um dos membros da facção.
Em outro trecho, o investigado garante que somente com atuação do governador do Estado que o grupo conseguiria parar a promotora. “O Governador tem mais influência no Estado do que município, município não tá (ininteligível), EMANUEL que é um bosta, a promotora mandou... manda agora no trem entendeu, ele tá com medo dela, a verdade é essa também, entendeu?”, sic.
Importante destacar que Elzyo Jardel Xavier Pires era servidor da Câmara de Cuiabá, lotado no gabinete do vereador Paulo Henrique (PV). Ele foi exonerado nesta quinta (06). Leia Também - Câmara exonera servidores alvos da PF por ligação com facção; veja nomes