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Penal Quinta-feira, 06 de Junho de 2024, 11:39 - A | A

Quinta-feira, 06 de Junho de 2024, 11h:39 - A | A

operação Ragnatela

Ex-secretário recebeu propina para transferir presos do Comando Vermelho, afirmou ex-diretor de presídio

Conversas interceptadas pela PF indicam que ex-diretor do Carumbé alegou que Secretário de Segurança cobraria R$ 20 mil por cada transferência

Gislaine Morais/VGN

Um suposto esquema para transferência de lideranças do Comando Vermelho da Penitenciária Central do Estado (PCE) para o Centro de ressocialização de Cuiabá, antigo Carumbé, em 2020, foi revelado no celular de Wilian Aparecido da Costa Pereira, vulgo "Gordão", preso na operação Ragnatela, deflagrada na manhã dessa quarta-feira (05.06), pela Força Integrada de Combate ao Crime Organizado de Mato Grosso (FICCO/MT).

De acordo com as interceptações, há citação de pedido de autorização de permuta ao secretário de Estado de Segurança Pública na época, Alexandre Bustamante. Os diálogos apontam que os envolvidos usariam o estacionamento do supermercado Big lar, para realizar o pagamento de R$ 100 mil pelas transferência, o dinheiro teria sido recebido pelo segurança do ex-secretário. 

Apontado como tesoureiro-geral do Comando Vermelho no Estado, Paulo Witer Farias, o WT, seria um dos beneficiados no esquema, assim como outros, os conselheiros, Jonas Gonçalves Junior, vulgo Batman e Fábio Aparecido Marques do Nascimento, vulgo Lacoste, Aurélino Gomes da Silva Bisneto, vulgo Lerino e Luenio Cesar Rondon Rocha, vulgo Bicudo.

Uma das transferências seria do preso de alta periculosidade e líder máximo do grupo, Sandro Silva Rabelo, o Sandro Louco. Contudo, a permuta em relação a ele não foi possível.

Outro alvo da operação, o policial penal Luiz Otavio Natalino, seria a pessoa que tramou a ação criminosa com o vulgo "Gordão". O policial era quem que ajudava "Gordão" a entregar celulares aos faccionados. Luiz Otavio chegou a informar que tinha como contato direto o então diretor do Centro de Ressocialização, Winkler de Freitas Teles, quem poderia garantir a transferência.

Confirmando a negociação, Otavio encaminhou ao Gordão telas de conversa travada com Winkler, comprovando a negociação, valores e a possibilidade real de concretizar o esquema para permitir a transferências dos presos indicados.

Desses prints é possível perceber que Winkler encaminha cópia de ofício solicitando a permuta dos presos e informa que o valor seria R$ 20 mil por cada preso, totalizando R$ 100 mil.

Confirmando os diálogos entre o policial penal e Freitas e Otavio e Willian Gordão, também foram encontradas imagens do que parece ser um ofício (protocolo n° 93120076-12062020 de 12 de junho de 2020) do antigo diretor do Centro de ressocialização de Cuiabá, Winkler, ao Secretário de Segurança Pública de Mato Grosso à época, Alexandre Bustamante, solicitando a transferência dos presos.

Em outra imagem é possível constatar que o então secretário Bustamante dá o parecer favorável para as transferências, que ocorreram entre 16 de junho a três de julho de 2020.

Outro lado

A reportagem do procurou o ex-secretário Alexandre Bustamente e o ex-diretor do Carumbé, Winkler de Freitas Teles. Em entrevista, Bustamente alegou ser inocente e afirmou que foi feita uma interpretação equivocada da Polícia Federal pois o relatório não afirma qual secretário teria sido beneficiado. 

"Não tenho participação em nada desse caso, o meu nome está citado no relatório porque o analista quando pega uma quebra de material de celular apreendido, a conversa fala que é uma negociação de transferência de cinco presos, mas na conversa não fala Alexandre Bustamante, a conversa fala secretário", afirmou. "Esse documento [que teria sido assinado por mim] não existe", completou Bustamente. 

Winkler de Freitas Teles ainda não apresentou manifestação sobre o caso. 

NOTA DE ESCLARECIMENTO

Após tomar conhecimento através da imprensa, o advogado Alexandre Bustamante dos Santos vem a público esclarecer as falsas acusações de seu envolvimento em negociatas relacionadas à transferência de presos no Estado de Mato Grosso.

Gostaríamos de enfatizar que:

  1. Alexandre Bustamante não teve participação em nenhuma negociata de transferência de presos.
  2. A transferência de presos no Estado de Mato Grosso segue um protocolo rigoroso que não passa pelo Secretário de Segurança.
  3. Durante seu período na Secretaria de Segurança, Bustamante não teve qualquer contato com os envolvidos nas supostas irregularidades e acredita que tais transferências não ocorreram durante seu mandato.
  4. Temos a convicção de que houve um equívoco na análise das informações ou que seu nome foi envolvido de forma errônea ou maliciosa pelos responsáveis e envolvidos na investigação.
  5. Causa surpresa que os documentos que se tornaram públicos, mencionando a transferência de presos, não tenham sido verificados antes da operação ser deflagrada.

Alexandre Bustamante reitera que sempre esteve e estará à disposição da Justiça para quaisquer esclarecimentos necessários. Entretanto, ele não se manifestará publicamente sobre o assunto até o final das investigações, tendo em vista seu histórico profissional de combate às organizações criminosas.

Atenciosamente,

Alexandre Bustamante dos Santos

Leia matéria relacionada - Servidores públicos de Cuiabá e outros nomes de investigados na Operação Ragnatela são divulgados

 
 
 
 
 
 
 

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