Pesquisadores da Universidade Federal de Mato Grosso (UFMT) estão desbravando o potencial de um fruto típico do Pantanal, o Attalea phalerata, conhecido popularmente como acuri, também conhecida como bacuri. A palmeira, que domina paisagens do Cerrado, Pantanal e Floresta Amazônica de transição, se destaca tanto pela sua importância ecológica quanto pelo seu valor econômico e medicinal.
O fruto, que dá nome ao município de Acorizal (antiga Brotas), é tradicional em Mato Grosso. Além de compor cenários típicos, como os "acurizais" do Pantanal, o fruto serve de alimento para a fauna local, incluindo aves como araras, roedores e queixadas. O mesocarpo (a polpa) tem coloração alaranjada, sabor adocicado e picos de frutificação que coincidem com a estação seca da região, de abril a outubro. Na medicina popular, a água que sai do fruto é utilizada como um colírio.
Riquezas do óleo de acuri
O óleo extraído da polpa do acuri apresentou uma composição rica em ácidos graxos insaturados, como os ácidos oleico (57%) e linoleico (20%), além de carotenoides, especialmente o β-caroteno. Esses componentes não apenas conferem propriedades antioxidantes ao óleo, como também oferecem benefícios à saúde, incluindo a redução do colesterol e triglicerídeos.
O estudo destacou a estabilidade oxidativa do óleo, indicando que ele atende aos padrões de qualidade estabelecidos pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA) e pela Codex Alimentarius, sendo seguro e de alta qualidade para aplicações alimentícias e farmacêuticas.
Potencial econômico e tecnológico
Além de suas propriedades nutricionais, o acuri possui usos variados: sua polpa pode ser explorada como fonte de pró-vitamina A e corantes naturais, enquanto sua amêndoa oferece óleo que pode ser utilizado na produção de biodiesel e cosméticos. A casca fibrosa do fruto e o estipe da palmeira também têm aplicações em construção e artesanato.
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