Pesquisadores identificaram uma nova espécie de planta no Cerrado brasileiro, a Alstroemeria maranhensis. O nome da espécie é uma homenagem ao estado do Maranhão, onde as coletas foram realizadas, e ela é popularmente conhecida como “alstroeméria branca do Maranhão”.
Características da Espécie
A Alstroemeria maranhensis floresce entre janeiro e março, coincidentemente durante a estação chuvosa no Cerrado do Maranhão, que se estende de novembro a abril. As flores desta planta apresentam coloração branca a levemente rosa, com cerca de 75% dos indivíduos observados exibindo esta tonalidade. Os frutos levam de dois a três meses para amadurecer e possuem sementes esféricas com uma superfície característica.
A pesquisa revelou que, embora a espécie compartilhe semelhanças com a Alstroemeria viridiflora, suas principais diferenças incluem a forma das folhas e a coloração das flores. Enquanto a A. maranhensis tem flores brancas e folhas largas e elípticas, a A. viridiflora é conhecida por suas flores avermelhadas e folhas estreitas.
Estado de Conservação
Os pesquisadores ressaltaram a necessidade urgente de preservar esta nova espécie, uma vez que a Alstroemeria maranhensis é encontrada em uma área restrita, com menos de um hectare e cerca de 30 indivíduos conhecidos. De acordo com a União Internacional para a Conservação da Natureza (IUCN), a espécie é considerada "dados deficientes" devido à falta de informações sobre sua extensão de ocorrência e área de ocupação. No entanto, a vulnerabilidade do seu habitat, ameaçado por atividades humanas, foi destacada.
Importância das Pesquisas Botânicas
Este achado é um lembrete da riqueza da biodiversidade no Maranhão e da necessidade de mais estudos botânicos na região. Recentemente, novas espécies e registros da flora do estado foram documentados, mas os pesquisadores pedem por mais investigações taxonômicas para preencher lacunas no conhecimento e auxiliar nas políticas de preservação ambiental.
Pesquisadores destacaram a importância da conservação das áreas do Cerrado, que são frequentemente afetadas pela exploração humana.
Contribuições
O estudo contou com o apoio da Fundação de Amparo à Pesquisa e ao Desenvolvimento Científico e Tecnológico do Maranhão (FAPEMA) e do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq). Os pesquisadores também agradeceram aos proprietários de terras e curadores de herbários que facilitaram o acesso às coleções.
A descoberta da Alstroemeria maranhensis enriquece a flora brasileira e reforça a necessidade de proteção e pesquisa contínua em um dos ecossistemas mais ricos e ameaçados do mundo.
Leia mais: Botânico descobre nova espécie de orquídea em Mato Grosso