A Remocenter Remoções e Serviços Médicos Ltda, alvo da operação “Hypnos”, apontado como empresa fantasma pela Polícia Civil, e que teria participado de esquema de corrupção na Empresa Cuiabana de Saúde Pública (ECSP), teve como entre os seus sócios João Bosco da Silva – morador de Cuiabá.
De acordo com os autos, em 28 de outubro de 2020, Gilmar Furtunato, um dos investigados na operação “Hypnos”, e que figurava como único sócio da Remocenter, a pedido de Maurício Miranda de Mello, transferiu a totalidade de suas cotas para João Bosco, alterando o endereço da sede para avenida Miguel Sutil, esquina com a Rua da Lapa, Nº 606, bairro Lixeira, Cuiabá.
Em depoimento, anexado ao inquérito policial, João Bosco confirmou ter sido sócio da Remocenter, mas não recorda o período, e que entrou na empresa apenas para receber uma dívida, sendo que a empresa não vendia nada e não prestava nenhum serviço.
Relatou que essa dívida surgiu porque ele (João Bosco) intermediaria a venda de um apartamento triplex no bairro do Morumbi em São Paulo pertencente ao seu compadre João Arcanjo Ribeiro. Conforme ele, então passou a intermediação dessa venda para Mauricio Mello, o qual realizou o negócio e não lhe repassou o valor da comissão. Em razão disso, Maurício sugeriu passar a Remocenter para o nome de João Bosco, a fim de que este pudesse receber a dívida com a atividade da empresa.
Na época, a empresa Remocenter possuía ambulâncias em São Paulo, as quais seriam passadas para o nome do interrogado, mas isso não aconteceu por causa da descoberta dos esquemas dos respiradores envolvendo a empresa em Santa Catarina.
João Bosco disse ainda que empresa Remocenter não tinha funcionários em Cuiabá e por isso não tinha responsável técnico, e que quando estava como sócio da empresa a mesma não comercializava medicamentos e muito menos possuía contratos com órgãos públicos.
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Além disso, afirmou que após descobrir os problemas da empresa disse a Maurício que não queria mais ficar com ela em seu nome e por isso houve a transferência para Mônica Cristina Miranda dos Santos (irmã de Maurício) em março de 2021.
João Bosco da Silva, Maurício Miranda de Mello e Gilmar Furtunato, respondem por associação criminosa, falsidade ideológica e peculato. Importante destacar ainda que Maurício Miranda foi preso nesta quarta-feira (08.03) na segunda fase da Operação Hypnos.
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