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VGNJUR Sexta-feira, 15 de Abril de 2022, 09:00 - A | A

Sexta-feira, 15 de Abril de 2022, 09h:00 - A | A

CHOCANTE

Médica relata que criança torturada e abusada pelos tios já estava com pupilas abertas ao dar entrada em unidade

A médica também enfatizou que Maria Vitória era uma criança que não tinha sofrido somente naquela hora

Rojane Marta/VGN

“Quem fez isso com essa criança, tinha intenção de matar e conseguiu, porque as pupilas abertas ela já chegou, como médica, quando as pupilas não reagem à luz, eu sou obrigada a suspeitar que o paciente está em morte encefálica”, relatou em depoimento a médica Antônia Carlos Magalhães Novais, que atendeu a pequena Maria Vitória Lopes dos Santos, 2 anos e 7 meses, que morreu em 08 de novembro de 2021, no Pronto-Socorro de Várzea Grande, vítima de maus-tratos e abuso sexual, praticados supostamente pelos tios F.L.D.S. e A.P.P. - pais adotivos da menor.

O relato da médica traz detalhes de como a criança chegou na unidade de saúde para ser atendida, e consta da sentença que manteve a prisão e determinou que o casal seja julgado pelo Tribunal do Júri, proferida nessa terça (12.04), pela juíza da Comarca de Poconé (104 km de Cuiabá), Kátia Rodrigues Oliveira, em Ação Penal Pública Incondicionada movida pelo Ministério Público do Estado. Leia mais: Juíza mantém tios presos por tortura, estupro e homicídio de sobrinha; Tribunal do Júri irá julgar

A médica destacou em seu depoimento que foi pedido vaga para uma criança com TCE grave, com trauma no crânio, que cedeu a vaga e nesse momento não recebe nenhum papel, que primeiro olha o paciente para depois ver os papeis, e falaram que a criança caiu de uma mureta, que quando chegou analisou a criança e percebeu que a lesão não era compatível com o relatado, que a história não batia, pois, a lesão não era compatível com a queda da cama.

Indagada pelo promotor de Justiça se além do traumatismo crânio encefálico, TCE, ela percebeu outras lesões, a médica respondeu que sim, “percebi, várias”.

“Ela tinha uma fratura consolidada, um calo ósseo, na verdade, na clavícula esquerda, se eu não me engano. É ela estava deitada na clavícula esquerda, ela tinha umas lesões, parecendo com arranhadura e algumas cicatriciais no pescoço, como se fosse unha, alguma coisa. Ela tinha uns hematomas nas costas, ela tinha uns hematomas nos braços e ela tinha uma fissura anal grande, que eu me recordo. E além do trauma que, palpando assim colocando a mão na calota craniana, ela tinha os ossos como se fossem todos quebrados e, óbvio, o mais grave né que foi o que me deixou um pouco assim, até um pouco consternada na hora, foi que ela já estava com as pupilas abertas, assim eu lembro que eu cheguei para acompanhante dela, a Senhora que entrou depois e eu, eu estava muito assim alterada, eu falei para ela assim: quem que fez isso com essa criança e tinha intenção de matar e conseguiu, porque as pupilas abertas ela já chegou, como médica, quando as pupilas não reagem à luz, eu sou obrigada a suspeitar que o paciente está em morte encefálica. Eu não sou obrigada a constatar aquilo naquele momento, mas eu tenho que levantar essa hipótese” contou a médica.

Conforme Antônia, o trauma era muito severo, e Maria Vitória tinha lesões antigas e atuais, muito severas. Ela relata que a lesão severa era todo o crânio, a menina tinha um hematoma gigante, sangue entre a couro e cabeça, e uma queda de uma mureta não é compatível com a lesão, nem uma queda de cama é compatível com a lesão.

Disse ainda que a lesão na clavícula esquerda era antiga e que as lesões no pescoço eram recentes e alguns antigos.

Quanto a fissura anal, a médica afirmou ser um ânus mexido. “Não dá para saber em que em proporção ou se introduziram algo lá, mas assim não é um ânus normal. Tinha uma fissura grande”.

A médica também enfatizou que Maria Vitória era uma criança que não tinha sofrido somente naquela hora, pois, pelos calos ósseos e é fácil perceber que ela vinha sofrendo agressões. Então, ela contou que chamou a responsável e relatou que não é comum uma criança cair da muretinha e quebrar a clavícula e que lembra que mostrou anus da criança e responsável falou que pegou a criança do pai e já veio assim com lesão do ânus, e falou que aparentemente era uma lesão recente.

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