Em meio à polarização política entre Lula e Bolsonaro, o centrão trabalha para formar uma federação pensando nas eleições presidenciais de 2026. Nos bastidores, essa coalizão é chamada de "super federação", e sua possível consolidação promete uma força política significativa no Congresso Nacional.
A proposta, que tem sido articulada desde o ano passado, visa unir o Partido Progressista (PP), União Brasil e Republicanos, formando a maior bancada tanto na Câmara dos Deputados quanto no Senado, com 151 deputados e 17 senadores. Além disso, o fundo eleitoral da super federação seria substancialmente ampliado, atingindo a marca de R$ 1,2 bilhão para as próximas eleições.
Nas conversas iniciais se falavam em formar a federação já para as disputas municipais de 2024. No entanto, conforme norma do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), apenas partidos políticos e federações que registrarem seus estatutos no órgão até seis meses antes do pleito podem participar. Com isso, o foco se volta para as eleições de 2026.
"Caiado presidente"
Esta semana, a Executiva Nacional do União Brasil se reuniu para discutir o afastamento do presidente da legenda, deputado Luciano Bivar. A reunião serviu como uma espécie de pré-lançamento informal da candidatura do governador de Goiás, Ronaldo Caiado, a presidente da República em 2026. Ao final, deputados, senadores, governadores e prefeitos manifestaram apoio com gritos de "Caiado presidente".
Mesmo com todo entusiamo do grupo, Caiado, no entanto, só começará a ter seu nome selado após as eleições municipais deste ano. Eté porque o União Brasil está na base de sustentação do presidente Lula, desta forma o grupo precisa definir o provável afastamento do governo do PT.
Controle da Câmara e do Senado
A possível federação têm hoje, ainda, os mais fortes candidatos a presidir as duas Casas do Congresso no próximo ano: Davi Alcolumbre (União-AP), no Senado; e os deputados Elmar Nascimento (União-BA) e Marcos Pereira (Republicanos-SP).
Elmar e Marcos Pereira, por sinal, são os preferidos de Arthur Lira para a sua sucessão. Sob as bençãos de Lira, os dois fecharam acordo de apoio mútuo àquele entre eles que estiver mais bem colocado na disputa para presidente da Câmara.
Futuro da super-federação
Com tudo isso, os comandantes dos partidos do centrão acreditam que, após as eleições municipais e as eleições para presidente da Câmara e do Senado, o grupo estará super fortalecido.
Terão, segundo especulam, o comando do Congresso, a maior formação partidária do país e um candidato forte para "furar" a polarização Lula e Bolsonaro.