O Tribunal Regional Eleitoral do Paraná (TRE-PR) vai começar a julgar nesta segunda-feira, (1º.04), o senador Sergio Moro (União-PR), acusado de abuso de poder econômico. O processo, que pode render a cassação do mandato e ainda deixar o ex-juiz da Lava Jato inelegível por oito anos, é encabeçado pelo PL, partido do ex-presidente Jair Bolsonaro, e pela Federação Brasil da Esperança, composta por PCdoB, PV e PT - sigla do presidente Luiz Inácio Lula da Silva.
O julgamento desta semana pelo TRE PR acontece em um contexto desfavorável ao senador. Mesmo se obtiver uma vitória agora, seguirá com chances de ter o mandato cassado pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE).
Seja qual for a decisão, ela impactará todo o cenário político nacional. As repercussões de cada resultado são significativas, especialmente considerando a relevância de Moro no contexto nacional nos últimos anos.
No meio politico, a expectativa é que ele perca o cargo. Mas os dois autores da ação, PT e PL, embora estejam na torcida para que isso aconteça, preferem que a decisão definitiva contra o senador ocorra depois das eleições municipais, para que ele siga com atuação tímida no Senado a fim de não criar novas arestas e não influenciar nas disputas em grandes cidades do estado neste ano.
A avaliação, de ambos, é que, caso mantenha os direitos políticos, Moro se tornará favorito no pleito para governador em 2026, o que também influenciará na composição das alianças partidárias e na formação de palanques na disputa para senador.
Por outro lado, em um cenário de cassação, a aposta do PL do ex-presidente Bolsonaro é conseguir emplacar um aliado no cargo. Enquanto o PT teria a oportunidade de tentar emplacar um nome da legenda. Além disso, o partido ainda veria o grande algoz do presidente Lula, a quem condenou a prisão, sem mandato eletivo.
Entenda
Em dezembro do ano passado, a Procuradoria Regional Eleitoral do Paraná emitiu um parecer favorável à cassação do senador. A manifestação sustenta que a "lisura e a legitimidade do pleito foram inegavelmente comprometidas pelo emprego excessivo de recursos financeiros no período que antecedeu o de campanha eleitoral".
O julgamento sofreu uma série de adiamentos e foi remarcado após o presidente Lula escolher o jurista José Rodrigo Sade para assumir a vaga deixada por Thiago Paiva. Há previsão de realização de três sessões, quando os magistrados vão detalhar os votos. São sete magistrados e, em caso de empate, cabe ao presidente da Corte decidir. A expectativa é de resultado até 8 de abril.
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