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Fatos de Brasília Sábado, 10 de Fevereiro de 2024, 08:48 - A | A

Sábado, 10 de Fevereiro de 2024, 08h:48 - A | A

no senado

PSOL vai pedir cassação de Mourão por supostamente incitar Forças Armadas contra Lula

Partido acusa Mourão de fazer discurso no plenário do Senado incitando Forças Armadas contra Lula

Lucione Nazareth/Fatos de Brasília

A bancada do PSOL no Congresso deve protocolar após o Carnaval, no Conselho de Ética do Senado pedido de cassação por decoro parlamentar contra o senador Hamilton Mourão (Republicanos-RS) por ter realizado um discurso no plenário com teor golpista, incitando as Forças Armadas e a Justiça Militar contra o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT). 

Na última quinta-feira (08.02), Mourão realizou um discurso no plenário do Senado criticando a Polícia Federal pela operação contra o ex-presidente Bolsonaro (PL), ex-ministros e ex-assessores investigados por tentar dar um golpe de Estado após as eleições de 2022. Confira discurso no final da matéria.

Conforme os parlamentares, a declaração do senador “é extremamente grave e atenta contra a ordem jurídica e social fixada pela Constituição, descumprindo os deveres parlamentares ali expostos; descumpre os deveres postos no Regimento Interno do Senado Federal e agride o disposto em diversos tratados e acordos internacionais que o país se comprometeu a observar”. 

A bancada afirma que o discurso de Mourão pode ser enquadrado como “abolição violenta do Estado Democrático de Direito, golpe de Estado e incitação ao crime”. 

“É importante mencionar que incitando o ódio e encorajando atos de insurreição contra Governos democraticamente eleitos, o Representado acaba por atentar contra princípios fundamentais ao Estado de Direito - e contra o próprio regime democrático”, diz trecho do documento. 

Importante destacar que Hamilton Mourão publicou nota, nessa sexta-feira (09.02), no qual afirma que não incitou e nem se referiu a nenhum tipo de ruptura institucional ou golpe - confira nota na íntegra no final da matéria.

Vale lembra ainda que na quinta (08) a Federação PSOL-Rede protocolou no Supremo Tribunal Federal (STF) pedido de prisão preventiva de Hamilton Mourão, pelo discurso no Senado. 

Leia Mais - Psol e Rede pedem prisão preventiva de Hamilton Mourão

Nota à imprensa Hamilton Mourão

Sobre o discurso proferido em 08/01 pelo senador Hamilton Mourão (Republicanos/RS), no plenário do Senado Federal, a assessoria de comunicação do gabinete do parlamentar esclarece que:  

• O Senador Hamilton Mourão destacou que o País vive uma situação de não normalidade, mas que, mesmo neste cenário, é preciso “...afastar claramente qualquer postura que seja radical, de ruptura, mas temos que repudiar os fatos que estão ocorrendo...”;  

• Quando afirmou que “os comandantes não podem se omitir perante a condução arbitrária de processos ilegais”, não incitou, e nem se referiu, a nenhum tipo de ruptura institucional ou golpe;  

• A referência feita é relacionada a processos ilegais conduzidos em casos envolvendo militares da ativa e à necessidade de ação das Forças Armadas e da Justiça Militar, na instauração de inquéritos policiais militares (IPM) para a condução de investigações, em caso de militares da ativa supostamente envolvidos em irregularidades, no exercício de cargos e funções de natureza militar;  

• Os Comandantes das Forças Armadas são integralmente responsáveis pelos militares da ativa, cabendo-lhes atuar, com suas ferramentas, quando algo tiver de ser investigado. Em caso de comprovação de cometimento de algum tipo de crime não afeto à Justiça Militar, cometido por militar da ativa, a responsabilidade será da justiça comum, na instância pertinente;  

• O senador é e sempre será legalista, guiando todas suas ações na vida pública sempre com respeito à Constituição e às leis;  

• Quaisquer alegações e insinuações relacionadas às palavras proferidas pelo senador Hamilton Mourão no discurso de ontem (08/02) são totalmente descabidas e fazem parte do jogo político e das narrativas daqueles que tentam, a qualquer custo, difamar a oposição.  

Brasília, 09/02/2024

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