O Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS) alerta que Mato Grosso e outros 10 Estados correm o risco de sofrerem com apagão em razão da sobrecarga da rede elétrica por conta do aumento da produção de energia por painéis solares em casas e comércios.
O ONS coordena as operações das instalações de geração e transmissão de energia elétrica. O órgão elaborou o Plano de Operação Elétrica de Médio Prazo do SIN (Sistema Interligado Nacional) de 2025 a 2029.
O relatório, divulgado em dezembro de 2024, alerta para o risco de apagão em Mato Grosso e também nos seguintes Estados: Bahia, Goiás, Minas Gerais, Paraíba, Pernambuco, Piauí, Rio Grande do Norte, Rio Grande do Sul, Roraima e São Paulo.
Segundo o documento, a energia gerada por painéis solares que não é utilizada nas casas e nos comércios é revertida para o sistema elétrico, sendo que esse excedente cria uma via de mão dupla, gerando risco de sobrecarga.
“Uma das principais conclusões neste cenário de expansão da geração conectada diretamente às redes de distribuição é a necessidade de as distribuidoras ou agregadores assumirem um papel mais ativo, atuando como operadores dos sistemas de distribuição (DSOs) e de forma coordenada com o ONS. Essa atuação é essencial para garantir a eficiência e segurança da operação do SIN em um contexto de crescente descentralização dos recursos de geração”, diz trecho do relatório.
O relatório cita que Mato Grosso tem 94% das subestações de fronteira com “fluxo reverso” gerado a partir do excedente, aparecendo em seguida os Estados do Piauí, com 73%, e Minas Gerais, com 43%.
“É importante destacar que uma parcela expressiva do total de subestações da Rede Básica de Fronteira apresenta possibilidade de fluxo de potência reverso ou sobrecarga nos transformadores devido à inversão de fluxo: 43% do total de subestações de fronteira em Minas Gerais, 23% no Rio Grande do Sul, 94% no Mato Grosso e 73% no Piauí. Por outro lado, não foram identificadas subestações da Rede Básica de Fronteira que possam apresentar fluxo reverso nos Estados do Acre, Amazonas, Amapá, Rio de Janeiro e Espírito Santo neste ciclo de estudos do PAR/PEL”, diz outro trecho do documento.
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