O Tribunal Regional Eleitoral do Paraná (TRE-PR) dará início ao julgamento que discute a cassação do mandato do senador Sérgio Moro (União-PR) no ínicio de abril. O ex-juiz da Lava Jato é acusado de abuso de poder econômico e caixa dois.
A condenação de Moro provocaria uma nova eleição suplementar, já que os dois suplentes também seriam punidos com a cassação. Nesse caso, o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) deve convocar novas eleições para senador no Paraná. A possibilidade de uma eleição suplementar já está movimentando os bastidores políticos do Estado, indicando que a disputa pela vaga de Moro será acirrada.
Caso a condenação ocorra, será necessário aguardar a convocação da eleição suplementar para que os candidatos possam oficializar suas candidaturas e iniciar a campanha eleitoral. Porém vários partidos tem se movimentado para escolher os candidatos para um eventual pleito suplementar.
No PT, do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, o deputado federal Zeca Dirceu (PT-PR), que está no quarto mandato de deputado federal, e a deputada federal e presidente nacional do PT, Gleisi Hoffmann (PR), que já foi senadora pelo Estado, disputam a indicação da legenda para a iminente disputa. Além dos dois, outro político do partido,o ex-governador Roberto Requião, também manifestou interesse em disputar uma eleição suplementar.
A ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro é a aposta do PL, do ex-presidente Jair Bolsonaro. Em dezembro, enquanto estava em um comício do PL Mulher em Curitiba, Michelle foi recebida com um coro de “senadora” por apoiadoras. Outro cotado pelo PL é o derrotado pelo ex-juiz da Lava Jato, o jornalista Paulo Martins, que perdeu o pleito para o ex-juiz por 250 mil votos.
A disputa também poderá ficar “em casa”. Isso porque a esposa do senador, deputada federal Rosângela Moro (União-SP), transferiu o título de eleitor para o Paraná na última semana. De volta ao mesmo domicílio eleitoral do marido, agora ela é uma alternativa concreta a herdar capital político dele, caso seja cassado.
Além deste nomes o padrinho político de Moro, Alvaro Dias (Podemos-PR), também é um nome nesta disputa. Ex-aliados, Dias e Moro se tornaram adversários diretos na disputa pela vaga ao Senado pelo Paraná nas eleições de 2022. Publicamente, a relação estremeceu assim que o ex-juiz migrou para o União Brasil quatro meses após se filiar ao Podemos.
O União Brasil, partido do ex-juiz, e o PP também devem lançar postulantes ao cargo. Pelo PP, o candidato deve ser o deputado federal Ricardo Barros, que foi líder do governo Bolsonaro na Câmara e ministro da Saúde do governo de Michel Temer (MDB).
Outros nomes podem surgir além deste, pois a cadeira no Senado, além de ser importante para o partido no Congresso, também reconfigura o jogo político no Estado, com vistas à eleição para governador em 2026.
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