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Fatos de Brasília Terça-feira, 18 de Junho de 2024, 11:01 - A | A

Terça-feira, 18 de Junho de 2024, 11h:01 - A | A

em audiência

Neri afirma que foi contra leilão do arroz e que deixou Governo “chateado” com Fávaro

“Eu não devo, e por isso que fiquei chateado sim com o ministro da Agricultura da forma que sai do Governo", disse Geller

Lucione Nazareth/Fatos de Brasília

O ex-secretário de política agrícola do Ministério da Agricultura, Neri Geller, disse nesta terça-feira (18.06) que ficou “chateado” com o ministro da Agricultura e Pecuária, Carlos Fávaro, com a forma que foi exonerado, pelo fato de “não estar envolvido em nada” sobre a suspeita de irregularidades no leilão para compra de 276 mil toneladas de arroz realizado no último dia 06 de junho. A declaração ocorreu durante audiência pública na Comissão de Agricultura da Câmara dos Deputados.  

Aos deputados, Neri Geller afirmou que “pouco participou” do processo do leilão da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), pelo fato de ser contra a compra. Apontou que defendeu, com dados técnicos, junto ao Governo que existia estoque suficiente para abastecer o Brasil, e que era preciso apenas que fossem adotadas medidas “pontuais”.  

O ex-secretário reforçou que não houve ilegalidade no pregão nem qualquer tipo de favorecimento ao seu ex-assessor, Robson França, que comanda a bolsa e a corretora que intermediaram a venda de 116 mil toneladas de arroz a R$ 580 milhões. Revelou que foi pego de “surpresa” ao saber do envolvimento pela imprensa da empresa do seu ex-assessor, assim como suposto envolvimento do seu filho, Marcelo Geller.  

Geller afirmou que nunca usou da “política” para sua sobrevivência econômica, citando que possui negócios em Mato Grosso e atua no setor do agronegócio (médio produtor):

“Eu não devo, e por isso que fiquei chateado sim com o ministro da Agricultura da forma que sai do Governo! Quero deixar claro que é legítimo por parte do ministro e do Governo afastar, mas desde o primeiro momento expliquei ao ministro Fávaro sobre o Robson e a questão do leilão do arroz. [...] Eu não saí do Governo a pedido porque não devia. No nosso entendimento não houve má-fé. O que houve foi equívoco do Governo na condução do leilão. [...] Não tenho uma vírgula para esconder desse assunto”. 

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