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Fatos de Brasília Quarta-feira, 19 de Junho de 2024, 09:54 - A | A

Quarta-feira, 19 de Junho de 2024, 09h:54 - A | A

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Lula defende aborto como questão de saúde pública e critica PL que equipara pena ao homicídio

Lula ressaltou a disparidade social que permeia a questão do aborto no Brasil

João Victor/VGN

Em entrevista à rádio CBN nessa terça-feira (18.06), o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) posicionou-se firmemente contra a criminalização exacerbada do aborto, destacando a necessidade de tratar o tema como uma questão de saúde pública, especialmente em casos de estupro e gravidez indesejada entre jovens e adolescentes.

"Eu, Luiz Inácio Lula da Silva, sou contra o aborto. Para ficar bem claro! Agora, enquanto chefe de Estado, o aborto tem que ser tratado como uma questão de saúde pública", afirmou o petista.

Durante a entrevista, Lula criticou duramente o deputado Sóstenes Cavalcante (PL-RJ), autor do projeto de lei 1.904/24, que propõe equiparar a pena do crime de aborto ao homicídio simples. O presidente questionou a moralidade e a empatia do parlamentar, perguntando como ele reagiria se sua própria filha fosse vítima de estupro e engravidasse.

“O cidadão disse que fez o projeto para testar o Lula. Não precisa de testes, quem precisa de testes é ele. Eu quero saber se uma filha dele fosse estuprada, como é que ele ia se comportar. Eu quero saber como é que ele ia se comportar. Então eu quero muita maturidade nessa discussão, porque não é um tema simples”, afirmou o presidente.

Lula ressaltou a disparidade social que permeia a questão do aborto no Brasil. Ele destacou que enquanto mulheres de classe alta podem realizar o procedimento de forma segura no exterior, mulheres pobres frequentemente recorrem a métodos perigosos e ilegais, colocando suas vidas em risco. “Você não pode continuar permitindo que a madame vá fazer um aborto em Paris e que a coitada morra em casa tentando furar o útero com uma agulha de tricô”, confrontou Lula.

O presidente também abordou a situação alarmante de meninas jovens que engravidam após serem vítimas de violência sexual. Segundo Lula, muitas escondem a gravidez devido ao medo e à vergonha, buscando ajuda apenas quando a gestação já está avançada. Ele defendeu a implementação de educação sexual nas escolas como uma medida preventiva crucial. “Nós estamos no século XXI e estamos retrocedendo nessa discussão. Precisamos ensinar meninas e meninos sobre como devem se comportar”, afirmou.

O projeto de lei 1.904/24, que visa aumentar a pena para o crime de aborto, trouxe à tona um intenso debate sobre a legislação que criminaliza a interrupção da gravidez no país. Lula, pai de cinco filhos, avô de oito netos e bisavô de uma bisneta, deixou claro que, apesar de sua posição pessoal contra o aborto, ele reconhece a necessidade de abordar a questão de forma pragmática e compassiva.

“A discussão não é simples e requer muita maturidade. Como chefe de Estado, o aborto deve ser tratado como uma questão de saúde pública”, concluiu o presidente.

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