O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) condenou nesse domingo (18.02) a violência na Faixa de Gaza, classificando-a como "genocídio". A declaração foi dada em resposta a uma pergunta sobre a decisão do governo brasileiro de aumentar os repasses à Agência das Nações Unidas de Assistência aos Refugiados da Palestina no Oriente Médio (UNRWA).
Lula também criticou os cortes na ajuda humanitária à Palestina, anunciados nas últimas semanas por diversos países. Mais de 10 países, entre eles Estados Unidos, Reino Unido, Canadá, Itália, Suíça, Irlanda e Austrália, chegaram a suspender repasses para a UNRWA.
“Quando eu vejo o mundo rico anunciar que está parando de dar a contribuição para a questão humanitária aos palestinos, eu fico imaginando qual é o tamanho da consciência política dessa gente?”, disse ele.
“E qual é o tamanho do coração solidário dessa gente que não está vendo que na Faixa de Gaza não está acontecendo uma guerra, mas um genocídio?”, acrescentou.
“Não é uma guerra entre soldados e soldados. É uma guerra entre um Exército altamente preparado e mulheres e crianças. Olha, se teve algum erro nessa instituição que recolhe o dinheiro, apura-se quem errou. Mas não suspenda a ajuda humanitária para o povo que está há quantas décadas tentando construir o seu estado”, concluiu Lula.
O presidente ainda questionou: “Você deixar de ter ajuda humanitária. Quem vai ajudar a reconstruir aquelas casas que foram destruídas? Quem vai retribuir a vida de 30 mil pessoas que já morreram? 170 mil que estão feridos. Quem vai devolver a vida das crianças que morreram sem saber por que estavam morrendo? Isso é pouco para mexer com o senso humanitário dos dirigentes políticos do planeta?”
Lula ainda voltou a defender uma reforma do Conselho de Segurança da ONU e disse que o conflito em Gaza aconteceu porque faltam “instâncias de deliberação” e “de governança” global.
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