O Conselho de Ética do Senado aceitou aditamentos na representação contra o senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ) por suposto envolvimento do parlamentar com milicianos no Rio de Janeiro. A representação foi feita por PSOL, PT e Rede em fevereiro de 2020.
O presidente do Conselho de Ética, o senador Jayme Campos (União), admitiu a inclusão de dois aditamentos, fatos novos que foram apresentados para complementar a denúncia, sendo um eles: o que trata da prisão de Fabrício Queiroz, acusado de ser operador do suposto esquema de "rachadinha" no gabinete de Flávio pelo Ministério Público Estadual do Rio de Janeiro.
O segundo aditamento é sobre documentos que mostram que Flávio Bolsonaro teria mobilizado uma equipe de cinco servidores da Receita Federal que durante quatro meses apuraram envolvimento do senador no caso das “rachadinhas”. Segundo publicações na imprensa, a ideia de Flávio era anular as investigações utilizando a máquina pública, sob o argumento de que foi usada uma "senha secreta" para repassar os dados do senador ao Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf), que apurou o esquema.
Em contrapartida, Jayme rejeitou um aditamento apresentado em 18 maio de 2020 no qual apontava que o filho do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) teria obtido acesso à informação privilegiada, através de um informante do alto escalão da Polícia Federal, da Operação Furna da Onça, que investiga as “rachadinhas” no período em que Flávio era deputado estadual no Rio de Janeiro.
Além da admissão dos aditamentos, o Conselho escolheu o senador Hiran (PP-RR) para ser relator da representação. Agora cabe a ele dar andamento ao caso e, ao final da apuração, apresentar o parecer solicitando uma punição ou o arquivamento.
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