O Itamaraty estima que a decisão do governo Bolsonaro de isentar cidadãos de Austrália, Canadá, Estados Unidos e Japão de vistos para entrar no Brasil causou um prejuízo anual de R$ 40 milhões em emolumentos (taxas) consulares.
Segundo informações do colunista Guilherme Amado do site Metropoles, a área diplomática do governo Lula defende a revogação da medida, concedida pela administração anterior, com base no princípio da reciprocidade, já que os quatro países exigem vistos de viajantes brasileiros.
Ofício do Itamaraty à Câmara
Um ofício enviado pelo Itamaraty à Câmara dos Deputados revela que "não houve incremento significativo no ingresso de nacionais desses [quatro] países no Brasil desde 2019, mesmo antes da pandemia da Covid-19".
O documento também destaca que o Brasil se colocou em "situação de forte desequilíbrio migratório" ao renunciar à exigência de vistos, "enfraquecendo sua posição negociadora e prejudicando a promoção dos direitos de seus cidadãos no exterior".
A cobrança de vistos para os quatro países foi adiada para abril após pressões do setor de turismo e de lideranças do Congresso.
México também terá exigência de visto
O princípio da reciprocidade também será aplicado para exigir vistos de viajantes do México, segundo o Itamaraty. O ministério está licitando uma plataforma para processar vistos eletrônicos para os mexicanos.
"Uma vez concluído o processo e implementada a plataforma específica, estará restaurada a plena igualdade de tratamento entre nacionais dos dois países", informou o Itamaraty.